Apaixona-se facilmente, tão facilmente que, se não acordasse todos os dias apaixonada, certamente se irritaria consigo mesma. Elabora suposições precipitadas, explora sinais ínfimos, confunde hipóteses, amplia até o imaginado se tornar real. Ainda não sabe o que é isto, o mais provável é não ser nada, mas ela vai ousar e depois descobre. Vai escolher o restaurante com a melhor vista, tocar-lhe lenta e propositadamente na mão para não restarem dúvidas, e vai pedir-lhe aquele presente porque fez anos e porque aquela exclusividade tem de ser paga e porque será um pretexto consensualmente aceite. Vai então beijar o sinal descarado que tem sobre a boca e.
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