O meu 25 de Abril

O 25 de Abril não é hoje. O 25 de Abril era quando almoçávamos todos lá em casa, a avó ralhava contigo por causa do vinho e a minha mãe ralhava com a avó por estar a ralhar contigo e o meu pai olhava para a minha mãe porque ela não tinha nada de estar a ralhar com a avó. Acabavas invariavelmente por te sentar do meu lado e, já pingado, haverias de ao longo do almoço colocar a tua mão áspera sobre a minha cabeça, festas muito lentas que me incomodavam.

Hoje, noto que é algo que faço frequentemente àqueles de quem mais gosto - colocar-lhes a mão na cabeça e acariciar-lhes o cabelo.

(sinto muito a tua falta)