Cores do Racismo
E o sangue ferve-me sobretudo quando topo com o paternalismo dos activistas anti-racistas, dos jornalistas politicamente correctos, das abordagens facciosas. Tenho nojo - é mesmo esta a palavra - dessa gente que tudo desculpa, que justifica atitudes, que apaga a responsabilidade individual, a liberdade das decisões. Os negros são todos bons selvagens. A miséria das mulheres ciganas aceita-se em obediência a um determinismo cultural. O ataque à jornalista Lara Logan na praça Tahrir é coisa que se esquece. Não existiu. O racismo profundo dos indianos, tão triste e patético, plasmado todos os dias nas propostas de casamento que aparecem nos jornais indianos, onde engenheiros informáticos pedem noivas clarinhas, quase brancas, de castas compatíveis, também se esquece. Não é racismo. É uma herança milenar. Entre um admirador confesso do Le Pen e da sua filha e um activista anti-racista, quase que prefiro o primeiro. O primeiro é racista e assume-o. Posso abertamente contestá-lo. O segundo, sendo racista, tendo entranhado no corpo a forma mais abjecta de racismo, esse paternalismo que faz lembrar a caridadezinha cristã, está convencido de que não o é. Dá muito mais trabalho contestar um activista anti-racista do que um racista.
Ana de Amsterdam,
a desejada
1 comentário:
estou convencida, esta gaja escreve mesmo bem
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