Tudo isto para dizer o quê? Que não é suposto eu ter amigas que se sentem mal quando são a única solteira num grupo de três casais. Que não é suposto um homem usar-se de uma mulher para se sentir validado socialmente (e vice-versa). Que não é suposto fazer de uma relação entre dois adultos uma relação filial. Que não é suposto isto ser um jogo, um campo de guerra, uma coisa entre inimigos. Que não é suposto eu pensar três mil vezes antes de escrever estas linhas, porque enfim, o que é que as pessoas vão pensar. Que não é suposto precisar-se tanto de carinho que se aceite o mínimo possível. Que é preciso, antes de mais, que cada um saiba quem é, e o que quer, e que isso seja claro o suficiente para não dominar nem se deixar subjugar. Que é preciso que os encontros sejam de facto encontros e não embates. Que as pessoas se saibam sólidas, feitas de uma massa que, não sendo perene, se aguenta bem para as curvas durante uma data de tempo. E que isso vale. Perder o medo, dar o corpo ao manifesto, mas dá-lo todo, e sem perder nada. Porque quem se tem a si próprio, não se perde. Nunca.
no Colectivo Chato
(que um dia ainda me acusa de lhe copiar os textos todos)
1 comentário:
E ainda bem que o copias/partilhas. Muito bom.
Enviar um comentário