Parva-padre-frangueira

Talvez as coisas nos aconteçam realmente no momento certo. Mesmo assim dá uma vontade de questionar o porquê de agora e não antes. Mas os pontos haverão de se ligar depois, ensinou ele, por isso não te apresses.

Não sei se terás pensado o mesmo que eu. É que eu tinha aquele quadro mental na cabeça há tanto tempo e, sem planeamento, ele aconteceu. A chuva ameaçava cair, havia os saloios todos, as moscas, os risos descabidos e os pés a sujarem-se naquela areia negra do pinhal e a tua presença era então ali natural, estavas e não eras estranha. E o meu irmão ficaria impressionado com a leveza e precisão do teu lançamento de disco a deslizar pelo céu, e a minha mãe haveria de dizer piadas mórbidas sobre a sua saúde como habitualmente e incentivar-te a comer mais, a minha avó mostraria que ainda é criança entre crianças.

Mas o mais importante foi ele, tu sabes, não sabes? É que às crianças tu não podes enganar, a sua atenção e o seu abraço são genuínos e só os dão a quem bem entendem merecer. Por isso quando ele soube dizer prontamente o teu nome, eu sorri. Por isso quando ele veio com cuidado ao teu encontro para te abraçar, um pé ante o outro, foi o meu coração que se apertou.

2 comentários:

Xu disse...

Lol nunca pensei ter como último nome Padre :D e o abraço foi tão bom, nada como uma criança para nos deixar com um sorriso lindo :D adorei o teu afilhado com os caracolinhos mais lindos do mundo :D
Não posso deixar de dizer que a tua avó é uma Pro a lançar e a apanhar o disco!:)

Marisa disse...

:) Sabes o quanto gostei de te ter ali. Obrigada, querida.