A fire out of control II

Pensei que hoje o céu iria chorar de tristeza, vi o mundo a acordar numa mágoa sentida. Afinal fez sol e custa-me entender porquê, não me digam que é verão.

Há dias que ditam o resto dos dias, dias que nunca começaram e que nunca acabarão, longos como a noite, profundos como a dor. Não podes fugir deste dia. Podes esconder-te mas não podes fugir. Os outros dias quererão medir-se por este, serem só a diferença entre uma data e outra, não os deixes, contraria-os.

Tudo ruiu, as casas, as pontes, os mares, as luzes. Terramotos, incêndios, tornados, desastres variados que não se podem comparar. Nasceu-te um abismo muito grande no peito, onde se protegem da claridade os medos, desgostos e pesadelos, onde os homens não ousarão ir com medo de não regressarem. Não posso falar do teu abismo. Isto são poesias a mais para uma dor que é real e dilacerante, que alastra e que não se contem em palavras medíocres assim, desculpa-me.

Eu nem devia ter escrito nada porque eu não to posso devolver, por muito que queira e que essa dor tua me consuma também a mim toda por dentro, osso por osso, mesmo que eu não tenha noção do que é, que eu não faça a pequena ideia do que é sentir-se isso que sentes agora. Mas é necessário que saibas que por te amar irei ao fim do fim para te trazer de volta. É importante que tenhas a certeza que, por te amar, quero fazer-te feliz, mesmo que isso seja uma missão para a vida, além de nós. Futuro, caminho, destino, alma toda minha, vida toda minha, pelos séculos dos séculos. Tu és (-me) tudo.

Que não duvides que podes ainda ser feliz, mesmo que tenhas de tentar muito, mesmo que cada dia seja uma luta. Que não renuncies ao tanto que ainda virá, eu sei. Que não deixes de acreditar. E que saibas que não te largo a mão.

Abraço-te num abraço nosso, o lugar preferido.

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