Nunca reparei bem, até aqui, nas
minhas pestanas. Para mim, eram só umas pestanas iguais às outras, a proteger
os olhos do lixo que por aí anda, a enfeitar os olhos, mesmo sem o rímel, ou a
servir para os desejos entre o polegar e o indicador, em cima ou em baixo.
Beijas-me os olhos no vagar que finalmente conseguimos, olhas atenta para
dentro de mim, dizes que eu tenho umas pestanas bonitas. Sorris porque eu tenho
umas pestanas bonitas. E eu sorrio contigo, desconfiando dos teus olhos, mas
feliz por me saberes ver bem. Sabes conquistar-me todos os dias, em gestos tão
simples como este. Não há nenhuma palavra, escrita ou falada, que seja
suficiente.
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