Tenho amigas que brindam ao capitalismo nos seus aniversários.

Entregam-me o manifesto da CGTP, de convocação à greve nacional de derrubamento do “governo de traição nacional” e leio-o com atenção pois sempre gostei de manifestos e, mais particularmente, de moções. É preciso talento para escrever um bom manifesto ou uma boa moção, não é para qualquer um.

A par das dúvidas sinceras sobre o benefício real da sugerida saída do euro, detenho-me sobretudo naquela expressão surpreendente de afirmarem que o IRC é o imposto dos capitalistas. Pode deduzir-se então daqui que ter uma empresa implica, automaticamente, ser-se capitalista? Ou que, afinal, somos todos capitalistas porque é de empresas que o Pais é feito e é com estas que pula e avança? Vai-se a ver e ter uma empresa não é de recomendar e é coisa de enviar a alminha directamente para o inferno. Vai-se a ver e o problema maior do mundo e causa de todos os males, é o capitalismo.

Recorde-se, a propósito, que os judeus também foram sempre mal-vistos porque tinham essa mágica habilidade de saber fazer dinheiro.

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