Eu queria reencontros, mesmo nos invernos.

Se houvesse sentido nisto, teria agora de dizer-te que tenho saudades tuas. Não penses que por hoje ser um desses dias de comércio e convenção, credo, mas só pelo mais simples facto de ser verdade. Tudo se tornou absurdo de impraticável, porém e, além do mais, temo que apresentar-te as minhas saudades servisse de pouco ao que quero significar quando digo que tenho saudades tuas. Ainda há dias, dizia ela que o difícil seria traduzir saudades e, embora se referisse à tradução do português-francês, foi a pensar na tradução mais fidedigna da palavra, de português dito ou escrito para português sentido, que lhe dei razão. Porque poderias ir ao engano pensando, por exagero de elogio e vontade, que me referia por exemplo à tua boca ou a outros eventos do corpo, e não é nada disso. Numa tentativa desastrada, talvez aquela sensação de conforto que se encontra numa casa a que conhecemos os cantos e que por isso não exige cerimónias nem explicações, medida dum entendimento silencioso e que nos enche todos, nos enche tudo. Se pudesse agora falar-te das saudades que tenho.

1 comentário:

Anónimo disse...

"Se pudesse agora falar-te das saudades que tenho."

Parabéns!