Oiço-as com a atenção possível que, nestas coisas, não consigo escapar às traduções, o que faria eu ou o que me sucedeu, paralelismos que têm tanto de passado como de idealização. A verdade, porém, nunca se encontra nos extremos. É sempre outra coisa, inalcançável. Tudo o resto é distracção. São também elas a prova de que, embora sejamos todos iguais no mais fundamental - os sonhos, os interesses, as mesmas necessidades de realização, pertença e amor -, são variados os caminhos que um pode tomar para lá chegar. Estão, cada uma à sua maneira, em limiares não apenas distintos mas, sobretudo, opostos e, apesar disso, consigo entender e assustar-me com ambas as posturas.
Uma, totalmente independente. Se ele quiser, venha, se não quiser, que vá. Faz já parte da sua vida, sim, mas é dela "um anexo". Outra, totalmente dependente. Porque o amor é convergência e isso implica que o seja de decisões, de espaços, de objectivos.
A distância permite clarividência, é certo, e ofereço-lhes os melhores conselhos que sei. Todavia, não os sigo. O amor é necessário mas, sei agora que não pode tudo. O amor pode, até, chegar a atrapalhar. Amar importa mas não basta.
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