Não lhes basta ver. Mais grave, não lhes basta existir. Como ele diz, tudo na vida é incrível mas todos parecem aborrecidos. Porque o importante é não ficar parado, porque parar é morrer, porque a vida é feita de experiências, porque o velho está gasto e o novo é sempre tão excitante. Porque é moda e porque eu sou especial, porque me desafio e me ultrapasso. Porque a vida é curta, dois dias, porque o que importa é o agora, carpe diem, YOLO. Porque eu consigo e eu quero e eu sou.
É nisto que penso quando ela conta que no passado fim-de-semana foi experimentar uma consciousness spa rave, onde fez banhos de gongos e bebeu shots de chocolate puro, de onde todos saíram felizes e contentes, cheios de uma alegria inexplicável de viver.
Relembro o Manuel António Pina irritado e desgostoso de teimarem em lhe ligarem a televisão enquanto esteve internado no hospital. Ele que só queria estar a sós com os seus pensamentos. Só ele e o silêncio.
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