Procuro-te como se procura um erro.

É possível avançar para a vida como quem vai ao engano.  É possível atentar no erro estando consciente, perfeitas condições de sanidade. E até possível que se ambicione a esse erro e com determinação o persigamos. Que desejemos ardentemente o castigo, o ruído das ilusões a quebrarem-se como bilhas na calçada, porventura até um pouquinho de dor, só para garantir que ainda conseguimos sentir. Não te deixes levar por aqueles que dizem que os erros servem para aprendermos. Olha para mim, ainda agora. Há coisas que não queremos aprender, Madalena. Há erros como sobremesas, valem a vida toda. Se puderes, não queiras acidentes, a involuntária cadência dos caminhos. Se puderes, que escolhas os teus erros. E que sejam os melhores.

Sem comentários: