A felicidade complexa dos que se justificavam pela tristeza.

Ela diz que a tristeza é um sentimento como os outros, mas não estou certa. Há uma desproporcionalidade brutalmente injusta nas coisas do sentir. Repara como basta uma tristeza pequena, mirrada mirradinha, para ocupar tudo, existir e persistir como existe e persiste uma dor de dentes. Sem que consigas pensar noutra coisa senão nessa tristeza pequena, dormir ou lavar a loiça sem que a notes do teu lado. Já a felicidade, conta-se por outras medidas, dir-se-ia mesmo por balança diferente. Até que se note, sem que seja suspeita ou rumor mas antes espectáculo de ser ver mesmo ao longe e sem enganar como o algodão, exige uma grandeza de felicidade ou, permita o paciente tempo, uma colecção de felicidades pequenas. Exigimos demais da felicidade.

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