Love invent us ou Queria que ela fosse tão propensa ao sorriso quanto o pudesse ser.

A vida poderia ser assim. Chego ao quarto e encontro-a em frente ao espelho a maquilhar-se. Está atenta no seu afazer e fá-lo com esmero quase arte. É bonita. É muito bonita. Tem uns olhos de acender o mundo, olhos que chamam e prendem e que tanto podem incendiar como acalmar os dias. São olhos de fazer poesia, límpidos como o amor. A pele é sem imperfeições, macia de tocar pela vida fora. Tem um jeito matriarcal de quem sabe muito e tem sempre razão e, ao mesmo tempo, um cuidado precioso de ser mulher. Quando está feliz e sorri, nascem-lhe uns bigodes de gata que só eu vejo. No espaço de segundos que vai da porta do quarto ao quente do seu rosto, penso em tudo isto, as coisas que não lhe digo. Vira-me a cara para o beijo como se o esperasse ou fizesse parte das minhas obrigações. Este que procuro sempre prolongar, só também o pescoço, só também o cheiro do cabelo, só também tudo. Beijo-lhe o rosto enquanto se maquilha, tão bonita. A vida poderia ser sempre assim.

Sou eu the lucky one, meu amor.

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