Ia, muito, pelo Pablo Escobar e, do Pablo Escobar, pouco sinal. A cidade já teve a sua dose, quer esquecer. Nem se atrevem a nomeá-lo. Falam de Pablo, primeiro nome apenas, ou do grande criminoso, ou do inominável. Entende-se. Não está tudo ultrapassado, é claro. Há um legado que alguns ainda respeitam e idolatram, sobretudo nos bairros mais pobres e pouco educados. Há ainda cartéis em operação, exploração de menores, sequestros, roubos, e mesmo a comuna 13 não é tão segura quanto a senti, adverte-me a costureira naquela manhã feita taxista e casada com um polícia das operações especiais. De resto, nessa mesma manhã vivia-se um paro armado nas principais estradas, numa tentativa de capturar apoiantes da ELN, já há semanas ignorante dos pactos firmados com o governo. Se nos pararem, somos amigas. Há progresso, sim, mas também há cocaína e selva e guerrilhas suficientes para um sono leve. De Medellin, levo por isso um medo domesticado numa cidade agitada que se vai transformando aos poucos. De Guatapé, o grandioso Peñol e as casas coloridas de zocalos, a autenticidade sem turistas, onde ainda é possível ser paisa e encontrar ruas desertas. Do verdadeiro café, o tinto, à verdadeira bandeja paisa. De Cartagena das ìndias, a buena vida do Gabo, com o Havana e o Café del Mar e a salsa, as micheladas, os sancochos, os ceviches, e a proximidade e a descontração que vem com o caribe, a Playa Blanca e o Getsemani tão bonito, ainda que tudo seja hostel e tours. Sim, se continuar aqui mais uns dias, vou ficar da tua cor.
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