Uma boa questão para as 01h55

Não há mais ninguém, além de Julio Iglesias, que cante "Vous les femmes"?...


(ouvi hoje na Marginal e parecia-me mesmo uma mulher)

Resistir à mudança

Magnífico: coloquei a opção do novo editor no blogue e agora não sei que tipo de letra usava e perdi a cor anterior.

Prestação de Serviços

E, no fim da noite, ela volta sempre para casa. Na pressa, por vezes, esquece um sapato de cristal nas escadas.

House dixit













Via Crónica das Horas Perdidas

Martini Gold

Mastering the .ppt Art: Ossos do Ofício (ainda em 2007)

I am the Orson Welles of PowerPoint 2010.

Next slide.

I don't let marketing get in the way of a potential masterpiece. You see I don't create mere presentations. I use technology and the language of our times to evoke human emotions from my audience. I don't settle for default settings and I've never met a template I didn't break.

I'm not a junior sales manager, I'm a storyteller.

At one point, artists and the alleged tastemakers of society scoffed at the notion of motion pictures. However, generations of innovative film directors have rendered fools of those early dissenters of cinema.

So too will history one day be unkind to those who belittle the artistic merits of my PowerPoint journeys.

My slides are arranged with a careful eye to typography and design; two well trusted guardians of the Modern Arts.

The transitions I select from the pre-determined palette are individually chosen with consideration for both aesthetics and narrative lubrication. As Alfred Hitchcock once furthered the cinematic transition of the radial wipe, so do I pioneer with the provocative primacy of the PowerPoint Fire Transition.

No two of my PowerPoints are the same. While I have yet to craft my Citizen Kane, I consider the PowerPoint I gave at the conference in Atlanta last year to be my Taxi Driver. The regional sales meeting in Denver was my Ishtar. And right now I'm experimenting with 3D technology to create a visually immersive PowerPoint experience that will rival the cinematic wizardry of James Cameron's Avatar.

I don't use PowerPoint in the same manner as my peers. I am a PowerPoint iconoclast. A PowerPoint auteur. Breathing the spirit of Nouvelle Vague into inspired template tweaked slides. I don't use PowerPoint to spew hollow facts and meaningless statistics. I aim to deliver revolutionary corporate poetry into the hearts and minds of marketing vice presidents across this country.

I believe that sometimes a PowerPoint demands five consecutive pages of full bleed abstract images. Just to make people feel. To get mid-level managers to loosen their ties and take off their name card necklaces. Too much logic is the death knell of any PowerPoint pursuit.

When I'm faced with a new PowerPoint, I don't think about what my manager is expecting. I think about Shakespeare. I think about that feather at the beginning of Forrest Gump. I think about Marlon Brando's monologue in Apocalypse Now. I wonder how Scorsese would judge my section dividers. I think about how Homer would break the Odyssey down into slides.

I'm trying to figure out how can I use this ubiquitous PowerPoint program as a vehicle to build my legend. To hone my craft. To start the next revolution, not in business, but in art. How can I use this oft-overlooked format to get me into the Tate Modern?

Such is the stuff of my PowerPointing dreams.

Oyl Miller, via Narcisicamente

Licia Ronzulli

Dois Três Seis

Please make it stop

Ninguém sabe o que se esconde realmente por debaixo. Eles pensam que já sabem mas não. E vão testando em tentativa-erro dentro da objectividade possível à procura da solução. A solução acima do resto. A solução, acima do cansaço, do esforço, de todas as consequências. Andam todos à procura, nós e eles. O corpo não é esse milagre capaz de ressuscitar, como ele disse. Não se deixar de obedecer, se descontrolar, se tiver vida própria e suicida. O corpo não é essa fonte inesgotável de desejo e prazer, como eles tentam mostrar continuamente. Nele há também a dor, crua, cruel, visível e dolorosa. Auto-imune. A criação mais perfeita e também a menos inteligente, quanto desequilíbrio. Que se confunde, que se perde, incapaz de distinguir o bem do mal e combatendo a salvação como inimigo. Idiota de corpo. E depois um peso desmesurado de que não te consegues livrar, um fardo que não mexe nem deixa andar, não te acompanha, não te acompanha, estás só.

Não sabem o que fazer com aquilo, por isso se apressam a esconder com pensos e ligaduras e tempo, a capacidade do tempo para aguentar e carregar tudo, as desilusões, as saudades, os rancores e também as dores, as da alma e as do corpo, tão fácil e impressionante. Olhas e dirias que o mal, a ter cor, seria uma combinação daquelas – roxo esbatido, rosa pueril, vermelho vivo, cinza profundo e negro insuportável. Cores numa vivacidade de erupções a explodir uma carne que já foi a mais imaculada. Aquele é o meu corpo, aquele é o meu sangue. Porque a abandonaste? Feridas, buracos, chagas, inchaço, monstruosidade, podridão. Olhas-lhe a perna e tens a certeza que aquelas são as cores do mal, que o mal está todo ali reunido. Por isso se apressam a escondê-lo. Porque ninguém suporta ver o mal, porque ninguém sabe lidar com o mal.

Reentré: wishlist

- Livro, José Luís Peixoto;
- O Livro da Consciência, António Damásio;
- Para Interromper o Amor, Mónica Marques;
- O Fim de Semana + O Leitor, Bernhard Schlink.

Você tem bom olho!

- Odisseia, Homero, novíssimo;
- Beloved, Toni Morrison, novo;
- Conta-Corrente 2, Vergílio Ferreira, em bom estado.

5 Euros cada um.

Isto não é ser workaholic

Mas fiquei minimamente contente quando cancelaram um jantar porque assim iria ter mais tempo para terminar as coisas do trabalho.

Até parece um sonho


Buzzwords

Método CPL (cabeça-papel-lápis), síndrome do .ppt, técnica do camelo. Sempre a aprender.

Axiomas do Moscatel I

Um moscatel sabe melhor acompanhada.

Axiomas do Moscatel

O moscatel de Favaios é melhor do que o de Setúbal.

All taken

O lenço na posição certa, a língua a tocar nos dentes, a confiança e a convicção. Uma fotografia chic digna de um Alfaiate Lisboeta.

E felizes

Já não estou habituada a ver mulheres de 24 anos casadas. Tive de perguntar 3 vezes antes de realmente acreditar que não estavam a brincar comigo.

Pérolas entre as Tardes da Júlia e a Medicina em geral I

Ainda assim, a noite acabou a conversar sobre identidade, psicanálise e outros psis.

Pérolas entre as Tardes da Júlia e a Medicina em geral

* Ela - "Ó J., és tão imaturo quanto a tua idade!"
Ele - E além disso sou homem, imagina!"
* (sobre a tv só passar novelas e talkshows) "Deus inventou a Fox por alguma razão!"
* "Os Simpsons é muito adulto."
* "Não conheço esse da Heidi e dos Póneis" (quando se falava sobre a Heidi E sobre O Meu Pequeno Pónei."

Requinte

Vi um sem-abrigo a fumar charuto.

Carta para Papoila no dia em que faz 22 anos*

“Só tem valor o que não se pode comprar. Podem-se comprar pêssegos mas não podemos comprar o pessegueiro em flor no campo em que floresce. Isto não tem a ver com o dinheiro. Pode-se dar dinheiro por coisas que não têm valor. Uma fotografia, por exemplo, tem um custo, mas o seu valor está aonde ela não está, de mistura com o sono que nos agarra quando a vemos. É assim também o amor.

É sempre preciso voltar à banalidade das coisas. O espírito é só o contraste que revela. Somos sempre pesados como água e leves como o vento. Não paramos de passar. E o mistério das coisas não está nelas, nem em nós. O mistério existe e é tudo. E se quisermos saber tudo ficamos logo cegos. A bondade é o que há de mais belo, Leonor, e não se sabe o que é. É urgente que aprendas a viajar.

E não voltamos nunca. E vamos acabar. O que nos espera não espera por nós. Ficaremos cansados de qualquer maneira, e não há nada a fazer e isso já o sabíamos no começo e no fim não nos podemos queixar. E no entanto vale a pena este lugar, este tempo, esta vida é um erro. Vale a pena esperar, não esquecer nunca o que nunca está presente. Vamos indo, aos poucos, a um encontro secreto. Leonor, não tenhas medo.

A maldade turva o olhar, não o dos outros, mas o nosso. Não é preciso ter em conta as consequências, é no próprio fazer que a culpa se mede. Olha para os teus próprios olhos antes de olhares para os outros. O que os teus olhos vêem vem da luz que tens em ti. Foge do escuro, foge. Foge sobretudo das sombras do teu olhar. O mais precioso, por mais ténue, vale mais do que tudo o resto, mesmo sem existir. Todo o tempo é precioso. Dorme menos.

Não vale a pena dormir com um homem com quem se dorme. O prazer vem só com o que acompanha da melhor maneira. De resto está só em passar e não há caixa em que se guarde que depois se possa oferecer. Só o longo trabalho salva. E o amor precisa de mais cuidados do que um jardim. Todos os dias é preciso regar o nosso amor. E podar os ramos mortos. Trabalharemos pois, Leonor, que o amor requer trabalho e o trabalho precisa de amor.

Nunca saberemos o que nos une. Nem o que nos separa. Foi sempre assim. É essa a pequena grandeza que nos distingue. Só nisso somos todos iguais. O homem do lixo vale mais do que eu. A ideia que temos mais do que somos ou seremos é uma luz incerta e vaga. O mais das vezes enganamo-nos. Mais ainda quando julgamos acertar, finalmente. Temos sempre de recomeçar e é nisso que somos eternos. Louvemos pois o que nos separa e o que nos une, isso mesmo a que é preciso não agradar.

E quando o corpo cansa e a alma entristece não faças caso. De vez em quando o mundo também precisa de descansar. Admira as árvores e as nuvens e a sua indiferença por ti. Não queiras ser o centro de nada. À tua volta descobre o que não és. A frivolidade gasta a alma numa inútil correria. Sê humilde e sensata. Se for preciso torna-te pesada como uma pedra que, embora pisada, não se levanta contra ninguém. E se for preciso sê como o chicote que corta, doce e alegre Leonor.”


Pedro Paixão,
"Carta para Leonor no dia em que faz 22 anos", in Vida de Adulto


* substituir "Leonor" por "Papoila"

País Possível

"Já passou, já faz tempo, e não há registos, mas eu lembro-me bem dessa conversa, alta noite, noite dentro, cada um em seu hotel e em seu país, e a tentarmos inventar de madrugada um país possível onde vivêssemos os dois."

Pedro Mexia, n' A Lei Seca
(também se poderia ler "casa" em vez de "hotel")

Jasmim e Mirtilho

A tua lembrança tem o cheiro de jasmim e mirtilho.

Onde, essa luz?

Uma luz muito especial. Prende, amarra, singular e indirectamente directa. E não entendes onde possa estar essa luz ou esse magnetismo. De que falam? O que vêem? Desta vez és tu quem não entendes ou hás-de entender. Porque o que tu vez é escuridão, repetição, confusão e outros ãos. Uma terapia arrastada, exponenciada e tornada hábito para vencer fantasmas que ainda habitam. Mais tarde verdadeiro prazer, seriedade tornada brincadeira, jogo tornado realidade e uma indistinta noção da fronteira. Apontamentos para a loucura ou para a lentidão das histórias que te nascem debaixo dos dedos. Catarse, legado, concretização. Ou apenas o amor à palavra, mesmo que só te apareçam negras, curtas, iguais. De salvação e de morte, no poder imenso da escolha. Mas há essa intensidade que tu saboreias quando te escapam, há o ego efervescente de quem faz de conta noutra vida e que te enebria para uma teatralidade aumentada. Haverá realidade aqui? Existes sequer? O que vêem eles que tu não vês? Perdeste a noção de ti. Nada de falsidade ou humildade exarcebada, mas apenas uma lógica de comparação a que não te poderias nunca sujeitar. E todavia há fidelidade à tua escuridão, repetição, confusão e outros ãos. Não consegues fugir de ti porque só é teu o que consegues devolver. E só isso tem valor. O resto é isto. E apenas isto.

Um peito que canta o fado tem sempre dois corações

Todas as letras de Deolinda são um mundo que vale a pena percorrer.

Mariposa bela e airosa



Sou a mariposa bela e airosa,
que pinta o mundo de cor de rosa,
eu sou um delírio do amor.

Sei que a chuva grossa que entope a fossa,
que o amor é curto e deixa mossa,
mas quero voar por favor!

Deolinda

A carne e a palavra

A carne não é fraca. A carne é mais poderosa do que a palavra. Pode magoar, pode fugir e regressar como filho pródigo, pode dizer o que quiser. Mas, no limite, sabes que não vais resistir. A carne é quem mais ordena. Podes confundir-te em leis e moralidades mas, sem que escaves muito, ali está ele, espreitando em urgência. És animal em selva controlada.

Unplugged: consequências de um sonho

Reparar que não tenho nada de novo a contar ao mundo.

Aspirações a iluminada

Achar que tudo o que possas escrever será existencial.

Preocupações Existenciais

Ficares mais contente com assuntos virtuais do que com assuntos reais.

Make it up to you: da ausência para a ausência

Não apenas estar presente, mas ser presente. É aí que começa.
Uma visita é só uma visita. E uma ideia que foi comprada mas não recebida é só um engano. Foste enganada e continuaste a sorrir. Tudo tem um preço. Run, baby, run.

Questões existenciais

Por que é que as mulheres se agarram a almofadas quando estão a ver Pretty Woman.

Do Começo ao Fim




João Gabriel Vasconcellos.

Para grandes males, grandes remédios

A semana passada foi o fecho de umas calças. Esta semana foram outras que se rasgaram. Acho que chegou a hora.

Masterplan

O telefone da estação de metro do Campo Pequeno tocou hoje. Nem nunca tinha reparado que havia um telefone. E que pudesse efectivamente tocar.

E ninguém atendeu e logo uma teoria da conspiração surgiu.

Quem é quem: O Rastro do Jaguar

Telefona-me com alguma urgência para saber o nome de um livro: mostrei-lho na Feira do Livro, tem uma capa amarela, é sobre alguém que vai de motocicleta viajar pela América do Sul, tem uma guerra pelo meio, foi top de vendas, acha que até ganhou um prémio. E consegui adivinhar: sou a maior.

(não sei onde é que foi desencantar a motocicleta)

Leaving old stories far behind: wishing something



I tried to kill those ghosts inside of me
That voice you spoke is yelling in my ears
And I don't believe in love fools...
I'd like to have those eyes you want to kiss

Wishing something
I wish I had that voice you want to hear
I believe in
And I don't believe in love fools
Do you feel something
This feeling is so hard that I can't breathe
Wishing something
I wish you'd touch my hair when I'm asleep

And I don't know
And I don't believe in love fools
I'm tired of this
The words you wrote are putting me away
I'm tired of that
I know that love was for somebody else
And I don't know... me, myself and I

You and I know
You and I try
You and I ran
Leaving old stories far behind

And it feels good
And it's so warm
Having those eyes
Playing with me, myself and I...

Posse

Devias ter acreditado nela quando, ainda no 11º ano, disse que tinhas um problema com a posse.

Recomendações Orgânicas: fatal

O dom da palavra. A eloquência. A determinação de quem sabe o que quer e de quem sabe conduzir para dada direcção no discurso.

(um sorriso bonito, um corpo bonito e um vestido justo)

Assessment



Depois de um dia de entrevistas confirmo uma suspeita antiga: as mulheres são muito mais directas que os homens. E não me fazem perder tanto tempo para saber o que realmente preciso.

F#!#"%$D%!P!%$" da EMEL

90 Euros. Assim. Odeio a EMEL.

O seu olhar e o dia de hoje

Talvez exigente. Talvez egoísta. Demasiado drama, demasiada história. Nada disto importa. Repetir: nada disto importa. O que importa é amar. O que importa é tornar alegre o seu olhar triste e cansado de dor. É ela quem te deve importar. O resto já passou.


And then she ran away

Será que sempre pensou assim? Há momentos em que preferirias a certeza irreal, o engano e a ilusão. Mesmo que assente trémula sobre areia e a ameaçar ruir. É demasiado tempo para se viver na suposição de que um dia nos conhecemos. Demasiado tempo para fazer doer a dúvida. Na objectividade de quem conta dias, podes arriscar dizer que qualquer julgamento seria precipitado e que qualquer amor torna a vista turva. Um dia seremos só nós e só nessa altura poderemos embrenhar-nos na noite escura do conhecimento. Talvez aí seja diferente. Mais completo, pelo menos. If we ever meet again.

Personalidade: Pick One

Exigente, tradicional, preconceituosa.

(não me conheço. não me conheces. não nos conhecemos.
a que exibe, a que tem, a que pensa que tem)

Não conheço gente infeliz


Ana de Amsterdam

A naturalidade das horas úteis

Duas pessoas podem ser melhores amigas numa altura e quase estranhas meses depois. Nunca iria acontecer contigo. Pois.

If we ever meet again


Trabalho o poema sobre uma hipótese: o amor
que se despeja no copo da vida, até meio, como se
o pudéssemos beber de um trago. No fundo,
como o vinho turvo, deixa um gosto amargo na
boca. Pergunto onde está a transparência do
vidro, a pureza do líquido inicial, a energia
de quem procura esvaziar a garrafa; e a resposta
são estes cacos que nos cortam as mãos, a mesa
da alma suja de restos, palavras espalhadas
num cansaço de sentidos. Volto, então, à primeira
hipótese. O amor. Mas sem o gastar de uma vez,
esperando que o tempo encha o copo até cima,
para que o possa erguer à luz do teu corpo
e veja, através dele, o teu rosto inteiro.

Nuno Júdice

a moment, a love a dream, a laugh a kiss, a cry our rights, our wrongs

Bad girls go everywhere

Gosto mais de "threesome" do que "ménage". As palavras são como as pessoas: gosta-se mais de umas do que de outras.

Ex: Mine, Yours, Ours - Threesome

Ex a discutir com a sua ex a sua ex-relação no meu wall de facebook. O Woody Allen iria gostar.

Will you introduce yourself?

A urgência entusiasmante de descobrir a pessoa que vive por detrás.

Há mais na Caixa

Anteontem foi a Orquestra Metropolitana de Lisboa, a tocar para colaboradores e familiares, às 12h30. Assim, só porque sim.

Há mais na Caixa do que você imagina

Era verdade. Fascinada.

Futebol: fetiches

Tenho um qualquer gosto particular em esfolar os joelhos. Mas desta vez dói mais. E, para não ser sempre igual, esta semana esfolei também as mãos. Cada vez melhor.

Soundtrack de não sei que chamamento

Ser como o Vinho do Porto

Parabéns, minha muito querida.

Against all odds

"Há imensas fotografias de Marilyn a ler. Assim como há de Audrey Hepburn a comer. Ninguém acreditava que Audrey Hepburn fosse tão magrinha naturalmente. Assim como ninguém acreditaria que uma superboazona gostasse de Joyce. No fundo, ninguém está preparado para ser confrontado com a perfeição. É muito difícil estabelecer uma ligação mínima com alguém com o aspecto de Marilyn Monroe (ou seja: mais ninguém) e um gosto literário tão sofisticado. Como se a boa literatura só pudesse ser lida e compreendida pelos feios. E há por aí tanto feio, que, só por sê-lo, até acredita que é intelectual."

Charlotte, da Bomba Inteligente

You're so much better than you know

Intermezzo

Já te começavas a enganar, palerma. É quando o empolgamento passa - passa sempre - e a seriedade dos dias se torna próxima. Nessa altura reparas que és intermezzo.

(e que, até mesmo amanhã, continuará demasiado longe)

A razão e a acção: querer e poder

Querer e não poder. Querer e poder. Não querer e poder. Não querer e não poder. Escolhe a resposta que menos gostas de ouvir. Escolhe-a sem misericórdia. Escolhe-a incisivamente. Escolhe-a com a indiferença do tempo que ocuparás melhor. Escolhe-a com a certeza do que sobra. Não importa o poder. Importará a razão? Queres que queira. Quero, mesmo sem poder. E não te chateies, isto é só ficção. É sempre. Apenas. Só. Simples. Ficção.

Que amor? Portnoy dixit

"Como é que eu posso abdicar daquilo que ainda nem sequer experimentai, por uma rapariga que, mesmo tendo um dia sido a mais deliciosa e a mais provocante do mundo, acabará inevitavelmente por se tornar tão banal aos meus olhos como um bocado de pão. Por amor? Que amor? É por acaso o amor que une todos esses casais que nós conhecemos - os que ainda se dão ao trabalho de estar unidos? Não será algo mais parecido com a fraqueza? Não será antes o comodismo, a apatia e o sentimento de culpa? Não serão antes o medo, a exaustão e a inércia, a pura e simples falta de coragem, mais, muito mais do que esse "amor" com que eternamente sonham os conselheiros matrimoniais, os cançonetistas e os psicoterapeutas?"

Philip Roth, O Complexo de Portnoy

Casa-te com a memória

"O amor dura o tempo exacto da contemplação de uma estrela cadente; é decadente.
O amor intemporal existe: é aquele que foi interrompido precocemente por alguma razão. Romeu e Julieta amaram-se para sempre pois morreram novos, antes da menopausa, do comodismo, do desencanto, das discussões, do cansaço, do divórcio.
Amar tem tudo a haver com velocidade e intensidade. É directamente proporcional. Se quiseres amar alguém para sempre, despede-te após o primeiro encontro. Casa-te com a memória."

Once I wanted to be the greatest

Não entender nada é já entender tudo I


"Isso não é saudável", disse ela.

Every single day


Quando chama "madrinha" e te sentes sempre única.

Prolongamento (2h de sono em dia de trabalho)

Aprender a dizer não também à segunda vez.

Não entender nada é já entender tudo

Não entender é continuar. Enquanto não entendes corres. Uma imperfeição que te agarra e só te deslarga quando já te encontrar desfeita e demasiado tarde. Magnetizante, viciante, insaciável tudo, tudo. Não querias que entendesse, bastava que pairasse. Interpreta, especula, engana-te, doce engano, venenoso engano. Os desígnios que não foram feitos para entender. À semelhança dos teus. Se entendesses paravas. Foi quando entendeste e o mistério chamado encanto cessou. Foi essa a palavra mais certa de todas as que poderias alguma vez ter dito. Encanto. Por entenderes parou, como dúvida tornada fé até que algo a derrube ou sustente. Dúvida feita fé feita dúvida. E agora sabes e já não interessa. O interesse é só uma hipótese à espera de uma realidade. Metáfora de metáfora sob o romancear de uma ficção que só tu vais vendo. A vida condensada numa enorme e redonda metáfora que tu não entendes. Por isso continuas.

Tudo me interessa, nada me prende

Ontem striptease. Hoje fado. Quantas vidas cabem numa vida?

Explore Monogamy



Estímulos sensoriais.

You can leave your hat on V: upgrade

You can leave your hat on IV: girls will be girls

A mulher dançou magníficamente bem, tinha um corpo invejável, mas quando terminou o que elas logo comentaram é que podia ter as mamas maiores.

You can leave your hat on III: força de vontade

Quem procura sempre acha (nem que seja achar apenas a ideia de um projecto de investimento para o futuro).

You can leave your hat on II: há coisas fantásticas, não há?

Até uma música pesada, que nunca te passaria pela ideia, dá um excelente striptease.

You can leave your hat on I: Discriminação

Para eles há todos os dias, para elas há apenas Sextas, Sábados e vésperas de feriado; ele não despiu tudo, ela sim.

You can leave your hat on: notes to self

Para a próxima não ficar hipnotizada e de boca aberta.

A Canalha e a Vendedora ou o dignificar de uma profissão

Não basta ser, há que parecer.

Ex: Mine, Yours, Ours - Datas

Veio depois e e é a mim que pergunta a data. Podia ser um filme de Woody Allen, a sério que sim. E, quando abertamente lho disse, respondeu-me que Woody Allen é muito redundante.



Ou seria simplesmente a ousadia de uma sonâmbula?

Inventarei todos os nomes para não ter de repetir o teu. Esgotarei todos os nomes até não mais me lembrar do teu. Perderei o meu nome para poder resgatar o teu.


(Aconteceu?)