Well it may be wrong but baby it sure feels right.


And I don't care, go on and tear me apart, I don't care if you do ('cause you're a sky full of stars).

Não esperes para ser feliz. Não se deve adiar a felicidade quando se pode ser feliz agora.

A razão fica sempre bem em todo o lado, disse ela.

Porém, só o coração poderia admitir o que a razão teimasse em negar.

12: pagamento às prestações.

A justificação faz-se igualmente daquele carinho discreto e inesperado que usas com parcimónia porque entendeste suficientemente cedo que o valor dos afectos vem da sua raridade. O gesto que se passeia tímido no braço, um beijo que se solta leve no cabelo, um reflexo de novela que se apanha de surpresa, o compasso acertado dos risos que seguem. O toque que é firme sem ser bruto, preciso mas sem ser invasor, breve mas nunca comedido. Afunda-se na pele, entra-me na carne, confirma-se no pulso. Puxa-me para ti de novo. É pelo teu toque que se agita no peito aquela ave que um dia escondemos da escuridão da noite. Incendeias-me pelo teu toque os sentidos e percorre-me então um fogo posto que só a ti cabe dominar.

Quem tem medo de Esther Perel?

Todas as relações são um combativo acto de resiliência.

Intimamente ligado ou Coisa bonita, o Português.

Nenhuma ligação é superficial senão sempre íntima.

Culture eats strategy for breakfast.

Em grupo, tinham de dizer o que sentiam em relação a trabalhar com respeito e, mais concretamente, da importância de saber ouvir. Houve quem dissesse que saber ouvir era abraçar opiniões diferentes e, na mesma linha, que estava intimamente ligado à liberdade de expressão e ao desafiar de pontos de vista. Depois, talvez entediados do discurso repetitivo de um dos membros do grupo, dispersaram o interesse e deixaram de olhá-lo enquanto falava. Se ali estivesse um boneco, aquela pessoa poderia estar a falar para o boneco. Depois, talvez pouco sabedores de que também o silêncio pode expressar uma opção, forçam uma resposta de quem não tem paciência nem inglês para isto. Depois, acham que ouvem, gastam dinheiro em empresas de comunicação para dizer a todos que ouvem e o quanto é importante que todos saibamos ouvir. Depois, continuam a ouvir o que acham que devem ouvir, o que sempre ouviram, excelentes ouvintes.

Le vent nous portera.


(És) tudo o que não cessa.

Não conto as horas com medo de que o dia se deixe levar na corrente do tempo. Esqueço na mesa do pequeno-almoço qualquer relógio que se atreva a apressar-nos e deito-me de novo à cabeceira do inesperado, ao alcance da tua mão. Aqui a vida é diferente, sente-se palpável ainda que invisível, e pode atravessar-se a pé a distância massiva que vai de hoje até ao devir de todos os futuros. Aqui o sol é altruísta e põe-se tarde para permitir a esperança dos regressos e atrasar as partidas inevitáveis. Ouve-se a chuva por trás das vontades a acalmar o calor insistente do corpo e o raio que cai dos céus é tão determinado como o primeiro murmúrio do desejo, a voz que assenta terna sobre aquela canção que desagua na tua boca, a ideia útil que constróis na iminência de uma utopia. Não me canso nunca de te ouvir. Não me deixes ir. Não me acordes ainda, enquanto és sonho, irrealidade mais bonita. Aqui, adormeço e renasço com a serenidade de quem não precisaria de mais do que isto para uma noção concreta de felicidade. E é tão fácil fechar os olhos e não pensar, tão fácil deixar-me ir e nem olhar para trás. É tão fácil sentir, tão fácil acreditar. Tenho medo de saber o quanto poderia ser feliz contigo.

Um ponto e meio.

Se notares esse momento de infinitude em que o meu sorriso pousa na tua limpidez, não perguntes. Responder-te com a verdade seria confirmar todos os atentados adiados senão mesmo condenar a minha obsessão mais dedicada à realidade que antes nos falhou. Todas as palavras que não digo, encontra-las nesse momento, gesto que nunca se acaba. Talvez hoje seja melhor do que sempre e agora mais importante do que daqui a pouco. Talvez ser antes uma história secreta que ninguém possa acreditar e fugir ao teu desencontro. Talvez ser uma expectativa improvável que o destino não ouse contrariar. Quero durar contigo um instante. Aperta-me os dedos, para um ponto e meio. Responde que sim, para uma vida inteira.

Dos éclairs ao toucinho do céu.


Quando as luzes se acenderam, disse-me: you know where you are, right?

Para o melhor e para o pior, haverei de impressionar-me sempre com as infinitas possibilidades da vida e os caminhos trilhados para as alcançar, todos os desvios, as voltas, os enganos, as certezas. Se der, tragam-me mais disto. Se puderes, dá-me todos os momentos irreais.

A paixão é às vezes, o amor é todos os dias.

Todos os regressos por mais uma canção na boca dela.

I’m on my way (leave a little light on).


Não contes muito comigo.

A dor é iminente e sem reservas, está na superfície das palavras, à tona da pele. No fim de contas, não podemos escapar à dor, uma qualquer, a nossa. Lutamos todos batalhas invisíveis com demónios gigantescos e impenetráveis. Levamos todos nos ombros o peso do mundo, insuportável. Recorda-te disto. Não sabes mais do que vês. Não vês tudo o que está. Sê gentil. Porque não fazes a mais remota ideia.

And here's to you, Mrs. Robinson: ewige wiederkunft.

Mães recatadas têm filhas vistosas que têm filhas recatadas que têm filhas vistosas. Cada geração pensa reparar a falha da anterior sem perceberem, todas, que são parte de um único mesmo ciclo. O universo equilibra-se, imperceptivelmente e a cada dia, pela repetição.

And here’s to you, Mrs. Robinson: pratica o miau.

Já quis que fosses diferente, que fosses mais normal, mais como as outras. Quis que me pusesses de castigo e me proibisses de fumar, que fosses morena, baixa, gorda. Quis que deixasses de usar os saltos altos e as saias curtas, os decotes provocadores, que bebesses e fumasses menos que o pai ou, pelo menos, que bebesses talvez bebidas de mulheres, licor beirão e vinho do porto. Quis demasiadas vezes que não aparecesses na escola para não ter de ouvir os comentários nojentos dos meus colegas, que deixasses de usar aquela merda de perfume, que fosses discreta e passiva em vez de vaidosa e frontal, quantas vezes inconveniente. Quis que te esquecesses de ser tão fixe e tão nova ao ponto das minhas amigas gostarem sempre de ti e quererem ser tuas amigas. Quis que fosses uma mãe como as outras, a fazer coisas de mãe, a vestir coisas de mãe, a dizer coisas de mãe.

Depois aconteceu-me crescer e reparar a tempo na injustiça do meu egoísmo e na puerilidade dos meus desejos. Sei hoje que não te trocaria por ninguém e que a nossa diferença é essencial a quem sou e como sou com os outros. Acredito que entendo-te agora melhor, envaideço-me agora eu de ti. Na vida que nos leva, é o teu sangue frágil que corre no meu pulso a fazer-se gente e sou eu orgulhosa do que porto de ti, nome e resiliência. Não envelheces pelo simples motivo de eu ter decidido um dia que já era altura de parar com essa ideia ridícula de continuares a crescer. Todas as minhas cadernetas escolares poderão facilmente comprovar que tens, ano após ano após ano, somente vinte e oito anos. E nunca estiveste tão serena e tão bonita, minha mãe.

All my life there you go.



Just this once. For the night. Anyway.

No one knows just why we're here.

Os sonhos precisam de fronteiras.

Keep calm. I own a Fendt.

Gosto de pessoas que amam genuínamente o seu trabalho.

É certo que, de economia, só me lembro que os professores de Microeconomia e de Economia Europeia e Mundial eram um charme

Acredito que, apesar de tudo, a troika ainda foi das melhores coisas que nos poderia ter acontecido.

We give ourselves a shining star(t).


É por este que morro, se for preciso, um homem assim que me há-de ensinar coisas que impressionem deus.

Na iminência da felicidade, encontro sempre o gosto do teu riso.

Mas, ainda assim.

Antecedo o quanto posso ser feliz mas debato-me para concluir se é perigo maior sabê-lo ou persegui-lo, como se decidindo por um pudesse ainda livrar-me do outro.

Vente cuando quieras pa mi casa.

É sempre nos momentos do social, tantas vezes a coincidir com o copo cheio, que me acerco das mesmas conclusões, como se o álcool servisse também para melhor fermentar as ideias e outras conspirações mais tímidas. Oiço esta gente que não me diz nada e que fala com um entusiasmo que não entendo sobre sementes de fruta, abelhas, patos, a eurovisão. Rio-me quando riem, aceno quando acenam e assim sou, hipocritamente, nos tempos permitidos, o que quiserem que eu seja. Não sei o que pensam realmente de mim ou se me imaginam pessoa diferente noutro ambiente. A verdade é que importo-me pouco senão ao ponto de cumprir com as minhas obrigações. Sei o que é esperado e sei o que espero, pudessem todas as relações ser assim tão simples e frutíferas. Mas é quando os oiço, nos momentos do social e onde o trabalho perde a dignidade de assunto, que sempre concluo o mesmo. Esta gente não sabe dos caracóis no cabelo do meu afilhado, do cheiro que o mar tem na minha terra, do riso maquiavelicamente encantador dela, da pele gretada do frio nas mãos do meu pai quando o dia ainda é confuso da noite. Esta gente, que nem sei se chegará a ser-me útil, não me conhece de lado nenhum. E esta gente é tanta gente.

Foi quando finalmente reconheci a minha condição de ser dispensável sem que daí viesse mal ao mundo que este começou, figurativamente e mais coisa menos coisa, a mostrar-se dispensável. Depois que parti, todas as chegadas são iguais, os mesmos os sítios, as mesmas as pessoas. Vou acumulando poucos interesses genuínos e um par de casas que não me permito desocupar, únicas de segurar raízes e chorar portos. E continuarei a atravessar o tempo, sabendo de antemão que o futuro está sobrelotado e o passado tão próximo da inexistência. Se o dia começasse de novo agora, às dez da noite, seria ainda tempo de acreditar em algum propósito mas poucas coisas começam às dez da noite hoje em dia.

Irrito-me depois com esta sensação que sempre recusei para mim, a de ser aquela que está para o estrangeiro, sem conseguir negar nesses dias de copo cheio a suspeita de uma verdade. Por minutos de conversa vazia, sou estrangeira de lugar nenhum e digo baixinho o teu nome para me lembrar de casa. Aonde estiveres, é onde quero acordar.

Reality is always an issue, she said.

Ela falava do MS Project quando disse que a realidade é sempre um problema. Quando eu sorri a pensar na vida, ela não entendeu.

Alta definição ou Esta música não me acende

Prefiro mil vezes pessoas intransigentes a pessoas condescendentes, crentes a agnósticos, quem fuma maços de cigarros por dia a quem fuma cigarros electrónicos. Todos os credos, como os vícios, devem ser firmes para valerem (de) alguma coisa.

I am a bird now.



Bebo contigo. Fico para a noite.

Nunca saberás.

Precipito-me para dentro da noite, na espera que é sempre prolongada. Troco todos os meus dons por uma promessa que não sei se algum dia virá. O futuro parou no tempo, ainda que digas que sempre me apresso. Não sei se existo. Em que intervalo das tuas vidas serei hoje possível? Que parte do corpo te guarda as memórias do meu? Por debaixo de que sombra ouves o meu nome ou por que lado me escondes no riso? Diz-me no seio de que palavra ficou o meu coração, qual o sonho de que me adormeço e me desperto. Conta-me se a verdade é de uma límpida transparência, como se diz. A clarividência não me ilumina mais do que me perturba a escuridão da ignorância. Não sei se é bênção. Nunca saberei. Mas diz o meu nome para que eu seja real. Beija-me para que eu seja real. Diz-me que não são coisas da minha cabeça. Diz-me que é isto e que isto é real.

Espero, a cada noite, tudo aquilo que (não) escreves.

Para a escrita, não pode talvez esperar-se muito mais de mim. Há um ponto de inflexão que a corda não percorre a medo de quebrar. Sou molde de um único tamanho que cedo se enche. A verdade é que tudo é vão e repetição, senão nos gestos, porquanto nas palavras, de roupagem tão usada e sem truques novos para exibir. Abuso na persistência para colmatar a natureza que me falta, teimo nos meus caprichos mais sinceros. Mas não me engano se sei bem do que me é útil e inútil aos propósitos mais importantes. Se concedo a este reconhecimento é apenas porque não há nada que se possa fazer e há que entreter o tempo de alguma forma. Que esta não me aborreça demasiado.

Contigo arrisco as palavras de olhos abertos. És tão melhor do que eu nisto. Se o valor não fosse ideia própria a cada um, poderia falar-se de exageros, sobrevalorizações, mas nisto sou a mais imparcial dos juízes. Nenhuma palavra se fez para mim, nenhuma me pertence, mas toco as tuas, a todas, com a mesma confiança de quem acredita e o mesmo entusiasmo de quem se aproxima por um instante de uma anunciação. Vejo, por um segundo, à luz dos teus próprios olhos e sucumbo ao que se me mostra. Quero ver o que tu vês.

Há dias em que és intocável e eu sou uma vontade desmedida de ser palavra nascida dos teus dedos sob o signo da boa sorte. São esses os dias em que a felicidade é fenómeno de multiplicar, vinte e quatro vezes em vinte e quatro horas. Os mesmos em que confundo a gratidão com a vaidade, a personagem com o autor, o destino com a escolha. Penso que é esta a liberdade mais bonita de se ter, a liberdade de escolha. Nas tuas palavras, há sempre uma escolha pronta a acontecer. Lucidamente, escolho avançar. Derramo os medos para o peito e faço do teu abraço sítio de regressar, quando me canso de ser ave feliz a apontar ao infinito do céu. No princípio sempre foi o verbo. O verbo sempre foste tu.

Um post do caraças.

Ponto de não-retorno.

No dia em que me deixares ficar, sei que não mais voltarei.

Quanto fui, quanto não fui, tudo isso sou.

Não devia ser assim: a minha preguiça é sempre mais convincente do que o meu medo de fracassar. O que vier por isso, seja da sorte ou do talento, terá de bastar.

Portugal dos pequeninos: uma explicação.

And if you go I wanna go with you.


At the end of the day II

Não é o que partilhas, é com quem te partilhas.

At the end of the day I

Não é quem lembras, é quem nunca esqueces.

At the end of the day

Não é com quem tens assunto ininterrupto, é com quem conheces o silêncio que não incomoda.

Das obsessões

Mulheres que sabem bem por onde te prendem serão sempre mulheres perigosas.

Noites Brancas ou Descem por ela as mãos da noite


Não tem o This is not simply a metaphor, como gostaria, mas tem tanto e é tão bom. Julião.

Só as casas explicam que exista uma palavra como intimidade.

Quando és casa não preciso de ir a mais lado nenhum, esqueço de sair à rua. Porque é sempre pelos teus olhos que começa o Verão.