I won't beg



but i need you to understand...

Planos de protecção hospitalar I

Quantos subterfúgios para não admitir - desisti!
Quantas histórias para não lembrar - acabou!
Quantas palavras para não concluir - nada.

Até onde, até quando?

Planos de protecção hospitalar

Abandonar pode não ser apenas desistir. Abandonar é também escolher, com a certeza de que ainda não descobrimos o caminho mas sabemos agora que não é aquele.

Sabonete

Já tinha reparado que havias esquecido o sabonete, redondo e amarelo, mas ainda não tinha experimentado usá-lo, desde então. Queria prolongar infinitamente aquele cheiro ao sabor do teu corpo, como memória palpável e sensitiva que me deixaste sem notar, tem sido essa a razão. Hoje, no duche, ensaboei-me com calma, prazer e precisão, determinada a trazer-te à vida em mim, mesmo sem quereres, como vingança adocicada que não poderias evitar. E, porém, surpreendi-me - cheira ainda tão absurdamente bem, tão inteiramente teu. Sei que ias gostar do cheiro da minha pele agora. Sente.

Fica ou vai mas

Estou tão cansada disto tudo, destas indefinições, deste quase, do ser sem sermos. Cansada do inalcançável que me espicaça, que toca e foge. E, enquanto te via "disponível" (nunca, obviamente, para mim), veio-me uma vontade enorme de te obrigar a ouvir-me, de te obrigar a existir pela simples razão de eu merecer que existas. Porque é justo, eu mereço de ti essa mínima consideração. Mas no momento exacto, não o fiz. Tudo tem de partir de ti senão mais não é do que assalto, engano próprio, ilusão em que me deixaria acreditar, como deus.

Estou cansada de não entender o que deveria ser na sua essência simples. Acredito, espero até, que não te queiras afastar de todo e para sempre, talvez até mesmo porque to é impossível. Talvez porque, como sucede comigo, saibas que há promessas que se cumprem na eternidade dos dias e que o pouco que nos sobra é ainda assim bastante para continuarmos em paz. Ou talvez sejam apenas esperanças vãs as minhas, inúteis de sentido, suspensas no nada de já não estarmos como antes. Mas, se assim não é, porque me procuras ainda que sem me falar? Porque te deixas ver se me não ouves? Fica ou vai mas não me enlouqueças. Fica, por favor, fica.

Habla con Ella

Fala comigo.

Boa Pergunta

Mas eu gosto assim

A amizade, aquela que é tudo como a nossa, também consegue ser piegas. Todas as cartas de amizade são também ridículas, afinal.

(Des)Motivação

Meu refúgio incondicional, telefono-lhe a pedir que me diga algo em que eu seja mesmo muito boa, algo que goste mesmo em mim. E ela responde-me sem hesitar com voz doce de quem abraça "a nossa amizade. És a minha melhor amiga." E isto basta para me convencer.

Conversas de Surdos (só a mim é que acontece destas coisas)

- Sr. D. Y., conhece o plano de protecção hospitalar X?
- E a menina, conhece o plano que Deus tem para si?

Mina

Eu e Crocodilos

On being eaten by a snake

Knowing they are not poisonous
I kneel on the path to watch it
between poppies, by a crown of nasturtiums,
the grey-stripe body almost half as long
as my own body, the formless black head
rearing, swaying, the wide black lips seeming
to smile at me. And I see
that the head is not a head,
the slit I have seen as mouth
is not a mouth, the frilled black under-lips
not lips, but another creature dying: I see
how the snake’s own head is narrow and delicate,
how it slides its mouth up and then back
with love, stretched to thin shapelessness
as if with love, the sun stroking
the slug’s wet skin as it hangs
in the light, resting, so that even the victim
must surely feel pleasure, the dark ripple
of neck that is no neck lovely
as the slug is sucked backwards
to the belly that is not belly, the head
that is merely head
shrinking to nameable proportions.

Susan Wicks


Começou há instantes a curta-metragem brasileira "Eu e Crocodilos". Onde? Na RTP2, obviamente.

Perdida

Não sei o caminho. Preciso de um GPS.

Saborear o teu nome

Senta-te a meu lado, bem junto a mim, com a tua respiração a tocar o meu pescoço. Aninha-te em mim, deita a cabeça no meu colo e descansa como se hoje fosse sempre. Quero fazer-te festas suaves no teu cabelo perfeito, embrenhar os meus dedos no perfume do teu cabelo sedoso. Fico sempre com as mãos mais macias quando a ternura me invade, alguma vez deves ter notado. Apetece-me encher-te de carinho até adormeceres, sem esforço. Hoje não te chamo meu amor. Há quanto tempo não o faço já, afinal? Hoje chamo o teu nome, lento, lentamente, a saborear cada sílaba vagarosa que se desfaz na minha boca. Quase me apetece escrevê-lo, os dois, que eram meus. Ouves-me enquanto chamo o teu nome? Repito-o, lenta, lentamente, até perder o sentido. Até que se perca no fundo de mim.

(não, não te assustes. são só tiradas poéticas e românticas, não são declarações. não confundas. mas sim, hoje far-te-ia suaves carinhos no cabelo, como faço por amizade à Lena, que ela tanto adora. apetece-me. hoje chamo o teu nome, não para que se torne real, mas na esperança de que me oiças e compreendas. fala-me. continuo aqui.)

Change

"If we want everything to remain as it is, it will be necessary for everything to change."

Di Lampedusa

Central do Brasil

Magnífico.

Bom Cinema

Porque, afinal, não há só Cidade de Deus, Carandirus e afins. É pena que cá, Portugal, passe sempre o mesmo retrato e é pena que eu demore tanto tempo até perceber certas coisas, até desconstruir tantos pré-conceitos...




Serviço Público

Câmara Clara - "EUA de Obama: Quão Diferente?", 22h30;

Documentário "Fantasmas de Abu Ghraib", 0h.

Ambos na RTP2.

Dawkins Religion

Doesn't make any sense, does it?



Gosto muito deste videoclip. E da música, vá.

Arraial Pride (orgulho)

Gostaria que estivesses lá ontem. Consigo imaginar-te e acho que irias gostar. E sentir-me ia então orgulhosa não apenas por mim mas por estares lá comigo. Orgulho não por te ter escolhido (alguma vez se escolhe?) mas por me teres escolhido a mim um dia. Ainda agora, mesmo passado, quando falo de ti o que sinto é também orgulho.

Posso te conhecer?

Quando alguém me pergunta "posso te conhecer?" (nem sequer é "posso conhecer-te?") fico desde logo com a certeza de que isso não vai acontecer.

Ninguém pede permissão para conhecer ninguém e conhecer não é o simples anotar do nome e do contacto. Trata-se da frase de engate mais ridícula de sempre. Pessoalmente, detesto - cheira-me sempre a bimbos.

James na terra de Oz (arraial pride)

Era um homem alto, nos seus 30 anos, maduro, olhar seguro, bem constituído, giro, poder-se-ia dizer "no ponto". Vestia um fato completo, escuro com finas riscas brancas, que lhe conferia ainda uma maior elegância. Nos pés calçava um belo exemplar de sandálias de salto vermelhas. E tinha orgulho.

Arraial Pride (notas e resumos)

- Bebi "sangue de virgem" pela primeira vez e gostei;

- As caipiblacks aqui chamam-se caipiroskas pretas - falta de criatividade;

- Dei um número de telemóvel errado;

- Dei o número de telemóvel certo, segura de que moramos longe suficiente para se dar a possibilidade de algum encontro;

- Fui beijada no rosto por um travesti que enganaria muito bem o Ronaldo;

- A música, os queer games, o local, a sangria barata, e o ambiente estavam muito bons;

- Gostei de ver e ouvir o Sr Presidente António Costa inaugurar a festa.

Danny

A partir de hoje o cão na imagem de perfil não é um qualquer desconhecido. É o meu, para sempre meu. (tantas saudades de beijar aquele focinho negro, com um ligeiro sinal, e o vazio enorme de chegar a casa, subir as escadas e não ouvir já o seu ladrar ansioso...)

Para Memória Futura

"Let me tell you about love. You don't ask, you give."

Things you can tell just by looking at her

Feeling very...PIMP

Mas também pode ser só da vodka preta.

É vergonhoso

E um mojito.

Poção Mágica

Pela primeira vez bebi um capeta.

Precisa-se

Companhia para passear junto ao Tejo ou no Chiado, tomar cafés ou lanches prolongados, ir a arraiais ou ao teatro. Resumindo, fazer qualquer coisa que não seja estar sempre em casa, sem fazer nada interessante. Acho que sei o que isto significa mas não me apetece confessar agora. Vou dar um volta a Belém para ver se passa.

Matar o tempo

"Matar o tempo" é uma expressão enganadora. O que quer que façamos nunca é para matar o tempo. É para que o tempo não nos mate a nós.

Hannah Montana

Sempre que lá vou, vejo-a e fico com a sensação que é parecida com alguém da TV mas nunca me lembro quem. Deve ser alguma jovem actriz daquelas comédias fofinhas da Disney, como aquelas das gémeas Olsen, só pode. Tem um rosto querido, quase ingénuo mas extremamente simpático, de menina boazinha e bem-comportada que te apetece colocar à prova. E uns olhos grandes que irradiam alegria, tanta que se algum dia estiver com um olhar triste, apetecer-te-á ir consolá-la, tal o seu olhar cativante. Fofinha como os Gummy Bears, loira como uma qualquer Miss Carolina do Norte, certinha como uma Britney Spears quando ainda ninguém a conhecia. E hoje, subitamente, atingiu-me, descobri: O Pingo Doce de Linda-a-Velha tem uma Hannah Montana!

(Em contrapartida, esqueci-me de comprar óleo. Grrr.)

This is England (comparações ridículas com Lady Di)


"the desire for collective emotion leads only to false emotion."

The Guardian

Agenda


Não sei bem a que horas, se tarde ou se noite, mas passarei por lá. See you there.

Impotência

Saber que estás e não conseguir chegar até ti. Dar passo após passo, com cuidado, muito cuidado, pois não te quero assustar, e chegar àquele ponto em que não posso avançar mais. Falar-te e saber que não me consegues ouvir, mesmo que eu grite e pragueje. Não em vão, nunca em vão. Mas, ainda assim. Porque não me falas?

Quase como a igualdade no casamento que defendo também - não preciso necessariamente de te falar ou que me fales por cortesia mas quero ter essa possibilidade em aberto, como direito inalienável e que não deveria ser por isso necessário reclamar. A possibilidade de escolher.

Escolheste afastar-te, por mim e por ti. A mim, não me deixaste escolha senão a de o lamentar.

Mitos (morreu o Rei)



Michael Jackson morreu. Até dizê-lo soa a inacreditável.

After you've gone

Não quero abrir os olhos para não ter que não te encontrar

"Não devia ter-te deixado entrar assim na minha vida, não devia. Mas não pude. Entraste em mim num assalto e foi doce resistir. Agora quero expulsar-te, e não consigo. Perdi-me em ti, por descuido. Agora não me encontro sem ti.
De tudo nada ficou como prova: nem uma linha com a tua caligrafia, nem uma fotografia em que estivéssemos os dois, nem um dos teus lenços preferidos. Por vezes julgo, enlouquecida, que nem sequer exististe. Fecho os olhos e faço por fixar uma só imagem na memória, um só movimento curto dos braços, um sorriso na tua cara, uma única palavra, boa ou má, e não consigo. A imagem escorrega, desfaz-se no centro ou nos cantos. Quanto mais tento, mais me escapa. Volto atrás e recomeço. O que me vem não é o mesmo. Não quero abrir os olhos para não ter que não te encontrar.
(...)
Onde estiveres não penses em mim. Deixa-me de todas as maneiras, as mais subtis. Tem muito cuidado com os cigarros, sobretudo não adormeças a fumar. Sinto uma paz grande que me vem pouco a pouco agarrar. Estou cansada. Vou dormir e quando acordar tu já não existirás em sítio algum dentro de mim. Juro."

Pedro Paixão, A Noiva Judia

Tô nem aí

Já nem lembro seu nome, seu telefone eu fiz questão de apagar
Aceitei os meus erros, me reinventei e virei a página
Agora eu tô em outra..

Luka


(lembra-te disto, Marisa!)

Caminhar entre Papoilas

Não te falei tudo o que te queria falar, pois sei que andas cansada e sem tempo. Tenho sempre receio de te ocupar demais e, além disso, fica-me sempre aquela preocupação final, a de esperar o teu sinal para te abraçar e a de o não prolongar demasiado tempo para não se tornar inapropriado. Gosto quando me abraças, tu sabes.

Quando olho nos teus olhos só consigo sorrir - pareces-me tão pequenina - e, porém, dás-me a mim segurança e conselhos, como mãe dedicada que se preocupa e como futura médica que já não consegue sair desse papel porque o vive. Por isso o que recordo não é os perigos do Sol de que me advertiste, lamento, o que recordo é o teu riso enquanto te contava do meu sonho das 4 bolas de pão que custavam 47 euros. Obrigada por caminhares comigo hoje, como me apetecia e como precisava. Como no verso: caminha a meu lado e sê apenas minha amiga.

Oi, você não me conhece mas


Sei que não notaste nem te vais lembrar. Apercebi-me também por acaso, quando disse a data de hoje em voz alta. Já foi há tanto tempo, não é? Datas redondas que ficam porque foi nesse dia que chegaste para ficar. Mas não te vais lembrar, poderia apostar. Hoje vai ser só 25, Quinta-feira. Vou tentar lembrar-me também disso.

Naked Truth



Téa Leoni
(que, para melhorar a situação, é casada com David Duchovny.)

Why can't we be friends?

Gostava que entendesses. Sei que a culpa foi também minha mas gostava que entendesses que já entendi. O meu tu parte de ti mas não termina aí. Por isso gostava que me falasses e que me ouvisses, numa palavra, que estivesses. De todas as promessas quebradas, aquelas de para sempre e da exclusividade, a que me magoa é a outra, única e especial, a primeira de entre todas - a de que a nossa amizade sobreviveria a nós. Tenho sentido a tua falta, como o principezinho da sua rosa. Somos afinal eternamente responsáveis, não é? E eu sei que um dia houve, cada vez mais longínquo, em que te cativei.

Queria contar-te de Londres e dos cruzeiros, ouvir o teu riso quando me chamas cabeção ou mané. Partilhar músicas novas e sugerir-te filmes inesquecíveis. Falar-te do trabalho, dos medos e sonhos, ouvir a tua opinião e sentir-me de novo em casa quando encontro o teu olhar. E saber de ti, sem reservas, sem julgamentos, nem intromissões. Ouvir-te e sermos de novo nós, quando ainda não havia mágoa a torvar a nossa vista. Deixa-me falar-te. Fala-me também. Quero a amizade que nos prometemos. Só gostava que entendesses, finalmente.

Coisas que me irritam

Pessoas que não sabem aceitar uma crítica...

Kiss me

Vem-me uma preguiça desmedida para to dizer. Sinto que já te disse tanto e mesmo assim é sempre quase, quase nada. Mas hoje o ócio apoderou-se dos meus dedos, por isso hoje deita-te sobre mim no sofá e vou contar-te segredos, promessas e sonhos no encontro das nossas bocas. Há tantas maneiras de to dizer e todas são sempre quase, quase nada. Por isso não afastes a tua boca da minha, vamos ficar assim estátuas que não se deslargam até o mundo acabar lá fora, sem que o notemos. Beija-me.

Mia Rose

Gosto tanto deste nome...



I don't love you like I loved you yesterday.

O amor é lindo II (e sensato)

- Olaaaá! Que idade tens?
- 15.
- Então esquece lá isso.

Roger Smith, é claro.

O amor é lindo I

"AMO-TI"

frase de ontem numa daquelas avionetas de praia

O amor é lindo

"És a minha bestazinha."

D.

Inevitabilidade (alucinações)

Ontem olhava a vocalista da banda, os seus gestos, a sua força, a sua energia, o modo como vivia a música sem se importar com outros e então percebi (-te). Via-a e era já ela. Ela que é protagonista, estrela, vencedora. E então percebi. Num impacto que fere os olhos detectei as razões, as diferenças, até o que de mim se prendia ali. Tudo era uma inevitabilidade. Fiquei hipnotizada durante largos minutos a observar-lhe a força e a doçura, o talento e a certeza. Obriguei-me a vir embora só para garantir que não me apaixonaria. Como aconteceu contigo.

Loving Annabelle (trilha sonora)

Não deixa de ser irónico, sabes? A maior parte das visitas daí chegam até mim em busca do mesmo. Tal como tu fizeste um dia, primeira e única, capaz de fazer da música um começo, do filme um símbolo, de nós uma história. Nunca mais me poderei por isso esquecer.



E assim, para ajudar os alguns que aqui chegam, aí vos fica a trilha sonora do filme:

All Over Me, Lindsey Harper;
Gravity, Sara Bareilles;
Awake Again, Jake Newton;
Broken, Thomas Barquee;
Six Feet Down, Salon K;
Fire Flies, Amy Cook;
Lonely Child, Taryn Manning;

Podem visualizar algumas das músicas aqui.

Tromboses

Para a pessoa que chegou ao blog pesquisando "onde encontro uma palavra amiga e positiva que não morrerei de uma trombose venosa que tive?":

Continue a viver, não isso de sobreviver, mas viver mesmo. Não sabe a que horas vem o ladrão ou sequer quem ele é, por isso não viva sufocado/a nesse pensamento. Quando acordar pela manhã, sorria pois é logo nesse momento que se decide como vai ser o dia. Não deixe nunca de sorrir, basta isso. E se não tiver medo de ousar ser mais, ria dos próprios defeitos e das bobagens dos outros, vá mais ao cinema, namore e ame mais, não se arrependa, cante no chuveiro, passeie no parque ou ao longo da praia deixando que o mar toque suavemente os seus pés. Brinque, lanche mais vezes com os seus amigos, diga mais vezes "te amo", olhe com mais atenção o que está à sua volta, perdoe e não se preocupe tanto. Se estiver mesmo convencido/a da situação, faça então uma bucket list.

E digo-lhe isto não por causa da trombose venosa mas porque está vivo/a e isso deveria ser, sempre e para todos, uma celebração. É tão óbvio que nunca nos lembramos convenientemente, não é? Sabe, a minha mãe não teve apenas uma mas várias tromboses venosas, e não superficiais mas profundas, antes numa perna, depois nas duas e em vários locais, e recentemente já num braço. Pior do que isso, um dia um coágulo soltou-se e ocorreu uma embolia pulmonar (desculpe se a/o estou a assustar ou a fugir à mensagem positiva). Às vezes o medo invade-me, sinto-o enquanto escrevo estas palavras, você deve imaginar.

Mas sabe o que mais aprendo com ela e mais me orgulha nela? Não se vai abaixo nunca, não deixa de sorrir, não deixa de fazer o que fazia antes (ralha-me até por vezes quando ajudo, com o argumento de que não é nenhuma inválida). Deveria respeitar mais as precauções recomendadas mas ainda insiste nos saltos altos, no caminhar desnecessário, na insensatez de abusar dos comportamentos. Sempre foi assim, é a maneira dela! Brincamos sempre com a experiência dela com hospitais, quando se arma em médica fazendo diagnósticos antecipados, ou quando conta da sua história a alguém e refere, rindo, que é uma espécie rara (é verdade). Orgulha-me porque vive e porque naquelas veias há mais do que apenas sangue a correr. Viva também.

Um beijo e um abraço sincero,
Marisa

Ler o orkut como quem lê o horóscopo

Sorte do dia: Sorria. Isso basta.

Sobre a Marcha de hoje

Para este leitor, não são as pessoas que, conhecendo a minha amiga, mudam de opinião e de atitude por saberem que ela, em vez de gostar de um homem gosta de uma mulher, que têm um problema. Não são as pessoas que se a virem na rua de mão dada com a namorada a insultarão e os colegas ou patrões capazes de a ostracizar e de a conduzir ao despedimento ou os que acham que a paixão dela é uma espécie de vírus da perdição que precisam de tratamento. Não são os legisladores e sacerdotes que em tantos países do mundo, incluindo vários estados dos EUA, criminalizam o amor dela, chegando a castigá-lo com a pena de morte, que estão doidos. Ela é que tem de ir à consulta.
(...)
É porque há tanta gente como o leitor da NM que se fazem festas do orgulho gay e festivais de cinema queer como o que esta semana decorreu em Lisboa. É, digamos, uma forma pública de terapia. Para toda a gente. Um dia virá – e desenganem-se os que o temem, porque é inevitável – em que estas festas e festivais vão deixar de fazer sentido. O dia em que a pena que o leitor impõe à minha amiga seja vista por todos como a aberração e a ameaça que é.


f.

Na mosca

I will survive (but you're still welcome)



Pois é, como é que eu já postei aqui tantas músicas àquele propósito, e nunca me lembrei desta? Vou sobreviver. Sobrevivo.

I've got all my life to live
I've got all my love to give
and I'll survive
I will survive

Selfish Love (nova obsessão)



The way you walk
The way you do
The way you breath
The way you play
The way you feel
The way you touch
The way you enter to my mind

The way you smile
The way you talk
The way you kiss
The way you love
The way you look
The way you walk
The way you enter to my mind

O teu vestido preto

Mostrei à minha mãe o teu vestido e disse-lhe que tinha ficado com ele. A minha mãe achou bem. Já não tem o teu cheiro mas tem ainda os contornos do teu corpo. Um resto de ti que me ficou. De mim, atiram-mo com presunção de certezas, ficou-te apenas o meu nome, talvez nem isso.

Deveria ter deixado marca em ti, se fosse capaz. Tudo me parece insuficiente. Deveria ter usado o meu perfume para que sempre me recordasses o cheiro, deixar-te uma cicatriz profunda para que sempre te lembrasses de mim, susurrar-te ao ouvido mandamentos de eternidade enquanto dormias para que nunca me esquecesses, obrigar-te a saber que "para sempre" não deve ser mera expressão solta mas verdade viva. Deveria ter-te arrancado o coração para garantir que ele seria só meu. Nada disso fiz e por isso dizem que foi em vão porque hoje lembras a custo o meu nome. Talvez nem isso.

Sinais do Verão

As caravanas a ocupar os estacionamentos todos, os turistas a abundar e a encher o Largo, a calma na minha rua e o megafone do Clube a anunciar qualquer coisa aos campistas. É bom estar em casa.

The Hangover (don't ask)

Acho que ontem sofri danos irreparáveis no cóccix.
E descobri que na música "I will survive", essa é realmente a única parte da letra que eu conheço.
Don't ask.

Kiss and Tell

Beijar o canto da boca da prima Joana, sem pressa e com determinação. Vê-la depois beijar a Catarina, não mero encosto mas beijo de querer mais, como provocação. É impressionante como as pessoas reagem a uma provocação, sobretudo se ela for só um pretexto. Como aquelas pessoas que se aproveitam da desculpa do álcool para as confissões mais devassas. Entretanto a Daniela fala da Maria Lisboa à Marta e esta brinca dizendo que vai beijar a Lena. Ou ontem estava tudo curioso ou o Verão está cada vez melhor.

Nada é em vão

Porque "tudo vale a pena/ se a alma não é pequena". (F. Pessoa)
Bem-aventurados aqueles que acreditam pois um dia tocarão o céu.

Coexistir I

Em mim tudo ama, tudo amou, fingi-lo seria mentir, mas reparo agora que não te lembrei a ti, na verdade. Lembrei-me a mim. Só para esclarecer.

Coexistir

De vez em quando, raramente, confesso-to, vem-me a nostalgia saudável das noites quentes e distantes. Chamar-te desgraçado enquanto bato a mão cadenciada no teu rosto barbeado, suave e cheiroso. Se me visses agora não acreditarias. Dirias "não foi esta por quem um dia me apaixonei". Perguntarias onde está, que já não a encontras. Essa não sei onde foi. Talvez a outra sempre estivesse e ambos estávamos cegos da intensidade dos instantes. Estava já antes, em coexistência tumultosa, e nunca a viste. Alguma haveria de vencer e agora não me conheces mais.

A carta que poderia ser

Odeio ter de o admitir mas odeio ainda mais ter de to dizer, quase de to pedir. Foda-se. Mas a noite está triste, já não tenho mais cigarros por hoje onde esgotar o teu nome e, além disso, sempre dormi melhor quando o teu corpo se acomoda ao meu. Por isso vou deixar-me de merdas e vou dizer-to sem mais rodeios, que isso dos rodeios, dos joguinhos do rato e do gato, das estratégias e causa e consequência e etc, isso é coisa de mulheres, vocês gostam sempre de pensar demais, de complicar o que é simples e claro como a noite hoje estar triste e eu não ter mais cigarros. Não vás, não me deixes. Não vou pedir por favor, não vou abusar a esse ponto mas pronto, aí tens. E agora faz o que quiseres com isso.

Mas não vás. A sério. Tanta gente partiu já quando a tinha por certo. É isso que dói mais, partem quando já estão. Porque quando ainda não estão a gente resolve, é triste e tal mas a gente resolve, mais copo menos copo, mais cigarro menos cigarro, dependências que se curam com outras dependências como dores que saram com dores maiores. Mas quando já estão...aí morro também. Por isso, não vás. Pois, eu sei, sei isso tudo que me dizes sem mo dizer. Mas a culpa não é tua, nunca foi. Eu avisei-te, avisaram-te desde o início, mas sempre foste o tipo de mulher inteligente o suficiente para querer tirar as suas próprias conclusões. A culpa não é tua, sou eu. Todos acham que me conhecem, sabes? Ninguém me conhece (conhecer-me-ei eu?) mas tu foste a única que chegou mais perto, certamente terás noção porque nunca olhei para mais ninguém como um dia olhei para ti. Mas dizia-te eu que o problema reside em mim, vamos simplificar as coisas, a verdade é mesmo essa. A questão é que não estou habituado a isto - nunca ninguém se aninhou assim no meu peito, nunca quis cheirar o cabelo de nenhuma mulher do modo como cheiro o teu. Foi aí que começou a coisa. Dizem (dizes tu, também) que sou um homem complicado, que ainda anda meio perdido, que às vezes tenho medo. És bem capaz de ter razão.

Não sei se já te disse mas tenho medo de não ser o homem que queres, ou melhor, aquele de que precisas. Contas às tuas amigas que eu sou inconstante (oiço sempre quando o meu nome toca a tua língua), que posso estar numa relação desde que mo não digam: vês, estás numa relação. Mas para quê complicar o simples? Para quê chamar e definir? Definir é limitar, definir é prender em palavras e atitudes e obrigações, definir é coisa de deus e eu sou só isto. Sim, voltas agora com a história de que não sou "só", de que não "isto", fazes-me maior, mas é a verdade meu amor, não vês que é verdade? Para quê chamar beijo ao que de mim se desfaz em ti quando entro na tua boca e provo do teu gosto? É isto e é bom, não compliques.

E não sei que nome dar ao tanto que sinto de ti, por ti e contigo, mas que importa? Vou mostrar-te e tiras então as tuas conclusões. Por isso não vás.

The Hangover I


















Pois.

The Hangover


De animal feroz a português suave III

Temos ao leme um homem com graves perturbações de personalidade.

in 31 da Armada

Música do Dia



Com dedicatória para o meu maninho e para a Leninha (fico tão extremamente patética a usar diminutivos cutchi-cutchi).

De animal feroz a português suave II



E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio
e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?

Carlos Drummond de Andrade

De animal feroz a português suave I

"A derrota eleitoral, com o PS colocado cinco pontos percentuais abaixo do PSD, fez diminuir o tom de voz de José Sócrates: o 'animal feroz' apareceu hoje com ar domesticado numa entrevista à SIC, conduzida por Ana Lourenço. (...)
Foi desta vez um Sócrates em sotto voce que surgiu na pantalha. Quase irreconhecível na forma, mas imutável no conteúdo: vive num país que só ele vê."

Pedro Correia, Delito de Opinião



"(...) Tem tudo igual. Menos a voz: fala quase em surdina.
Não interrompe a entrevistadora, não se sobrepõe ao que ela está a dizer, não se irrita por achar que não consegue concluir tudo o que quer quando quer, não lança mímicas de reprovação, não eleva o tom da voz, não quebra o verniz, não sai da postura cordata, não descola de uma aparente humildade. A imitação é boa, mas está longe de ser perfeita: fala quase em surdina.
Não é fácil imitar uma pose arrogante."

João Carvalho, Delito de Opinião

Never more

"Não vou ver o teu retrato para a loucura me não submeter."


"Saberes apenas que esgotei em mim toda a possibilidade de ti."

Vergílio Ferreira, Até ao Fim

Até ao Fim (notas)

"A felicidade não se mede pela quantidade do que nos aconteceu de agradável, mas pela quantidade de nós que responde ao que acontece."

"Tenho asco ao porquê. É a fórmula dos desocupados, dos tinhosos, dos raquíticos. Que adianta o porquê? A razão escolhe-se para ser razão. Antes de ela ser escolhida já se foi o que se tinha de ser."

"Ser Homem é ser todo. Tão simples."

"Porque não há grandeza se alguém a não reconhece e foi por isso que Deus teve de criar a humanidade."

"A gente só procura o que sabe mas não sabe que sabe, porque todo o saber é mortal. O saber é um vício que quanto mais, tanto mais."

"A harmonia é levantar a horas e tirar um curso e chatear-me de toda a maneira e morrer depois como um honrado pai de família."

"A vida é só ela a ser, sem argumentação. Há mais verdade numa couve do que em toda a filosofia. Há mais grandeza nela do que em todas as razões da grandeza."

"Explicar-te que para lá de tudo estava a vida e isso é que era tudo. Que é que tinhas que querer outra coisa acima dela? Justificá-la é pôr outra coisa acima e tudo é abaixo."

"Não há morte, não há morte. Não há deuses. Não há humilhação. Nem sonhos de megalomania. Nem correntes a rasto de tudo o que já foi. Sou novo, vou nascer da espuma das ondas. Sou eu."

Vergílio Ferreira, Até ao Fim

De animal feroz a português suave


Dos poucos minutos de entrevista que consegui ver, só consigo destacar a Ana Lourenço (pena não encontrar imagens melhores).

O resto foi a conversa de sempre, esperada - a responsabilização da crise como justificação para tudo, o eleitorado que não percebe a coragem das reformas efectuadas e o sacrifício inerente. Sócrates está muito satisfeito consigo mesmo. Ainda que poucos estejam satisfeitos com ele.

Às Escuras

Dir-se-ia que o mundo renasceu quando a luz regressou. Cegos que tornam a ver. Lá fora gritos felizes, avé-avé! Não duvido que teriam lançado foguetes para o ar, se os tivessem à mão.

Às Escuras

Na aldeia, a minha, as pessoas vêm à janela ver se há luz na rua ou perguntam às vizinhas. Aqui não preciso de me levantar da cadeira para o confirmar: oiço sem esforço o alvoroço lá fora, no café Mágico canta-se em altos brados os Parabéns a Você.

Promiscuídades

Sentou-se no parapeito da janela a fumar, um fumo que lhe escorrega entre os dedos, brinca como em sombras chinesas. Olha o nada e recebe no peito revelado o calor da noite transbordante de odores perdidos e memórias doces. Está apenas de soutien, branco e às bolinhas rosa e azuis. Olho-a e, quando os nossos olhares se cruzam, ela sorri-me de cumplicidade.

Dizer-te tudo

«É bom poder dizer-te quanto te lembro. E te quero. É bom não poderes dizer-me que tolice. Ou fitares-me com o teu olhar severo e vivacíssimo. (...) É bom poder dizer-te tudo e tu agora não poderes dizer nada.»

Vergílio Ferreira, Cartas a Sandra

Bloomsday

Hoje, como se ainda fosse dia 16.

"Bite my laughters, drink my tears. Pore into me, volumes, spell me stark and spill me swooning."
Joyce

Caminho das Índias (aquelas covinhas)

Tania Khalil/ Eva Longoria

Olhar distraída para a TV e ganhar um novo entusiasmo pela novela da noite, leia-se Duda, dizem-me.

Eu quero sempre mais I

Não é só mudar, mas exigir, repetir, não caber, exceder. Tudo, tudo, só se for tudo. Incansável, insaciável, em permanente descontentamento, porque isso. Não se contenta. Tenta. Mais, mais. Mas antes o impossível porque é. Ilimitado. Não tem limites porque tudo é. Absoluto. Porque tudo quer. Tudo. Voa. E grita e resfolega e faz sangue, mesmo que te doa, carne viva em alma viva . Mais, mais.

(amar-te) Até ao Fim

"Para sempre" é talvez a expressão mais enganadora e a que é mais banalmente proferida nos juramentos de amor, ditos eternos. Vou-o sabendo. Por isso prefiro "até ao fim", o tal infinito enquanto dure, seja de sentimento ou seja de nós mesmos. É mais justo e mais real.

(Vergílio Ferreira escreveu-os aos dois. Porventura também consciente e aprendiz, primeiro escreveu "Para Sempre" e só depois "Até ao Fim".)


Basta o amor



Destroçada, destruída, vazia, a Dra. Weaver volta para buscar o filho, que também é seu, após a morte inesperada da sua amada Sandy. Os familiares de Sandy mentem - dizem que o bebé não está ali em casa. Weaver ouve então um bebé chorar, lá no fundo. E logo os familiares lhe gritam "este não é o teu bebé, este é o bebé de Sandy e a família de Sandy somos nós!". Weaver é escorraçada, como se fosse estranha. Como se não fosse também a mãe daquele bebé. Imperdoável.
(ER - temporada 10, episódio 18)


Sentada nesta sala escura, sozinha e apenas com o ruído do vento lá fora, baixo a cabeça em desprezo por tamanha crueldade, mãos a esconder o rosto, e penso "isto não deveria ser assim. não pode, não pode". Deveria bastar o amor. Só isso. Por isso não me venham com merdas de argumentos, e de que é diferente, e de que as crianças na escola isto e aquilo. Não compactuemos mais com a injustiça. Basta o amor.

Inquietações e Desabafos

Será que não me reconheceu ou preferiu não me reconher?

Pernas

O que eu dava agora por uma massagem da Eunice!

Obviamente, demito-o

Vitor Constâncio

Ahhhh, assim ficamos todos muito mais descansados!

(Não gosto de Vitor Constâncio. Já o teria demitido há muitoooo tempo.)

Eu quero sempre mais






RTP (motivos)

Paula Moura Pinheiro

Marta Leite Castro
(por aps2007)

That's not my name

Exercício precisa-se

Hoje de manhã fiz uma coisa que já não fazia há muitos meses (anos, já?): fui andar de bicicleta. Resultado: estraguei umas calças com o óleo da corrente e ia tendo um ataque cardíaco na subida. Mas ainda consigo guiar com uma mão e mandar uma mensagem no telemóvel com a outra!
Foi giro, foi giro.

Unexpected

"The expected is just what keeps us steady. The unexpected is what changes our lives."

adaptado de Anatomia de Grey,
surrupiado de amanhã não vais ter tanto encanto

Voltas (soldi)

A mais louca e inconstante é agora a mais estável, o modelo. A mais pura e ingénua, antes "Pureza" é agora a mais ordinária. A mais sossegada e previsível é agora a mais inquieta e aventureira. A vida dá muitas voltas...

Razões

Todo o amor requer uma segurança, tens que estar seguro. Por isso há coisas, palavras, atitudes, presenças, que te são admitidas e outras que não. Dizem-to e convences-te de que foste tu quem as pensou. Ou talvez tenhas sido mesmo tu na tentativa de antecipares. Não vais voltar porque não queres cair em tentação. Não de regressar mas de permanecer. Your mind is made up.*




Emily: All right. I'll come to New York and we'll try and make this work.
Ross: Oh that is so great! That's....
Emily: (interrupting him) As long as you don't see Rachel anymore.

*(Emily/Ross/Rachel)

Once (minds made up)

Opus Dei

"É uma questão de perspectiva da pessoa humana. Igualar direitos civis, tudo bem, mas o que significa essa igualdade? Estar a tratar de maneira igualitária situações que são diferentes é uma injustiça."


Entre as muitas curiosas afirmações de José Rafael Espírito Santo (Opus Dei) destaco esta. Mas ide ler as outras, vale a pena.

Home sweet home?

Catcerto (sinais dos tempos)



"something halfway between Philip Glass and free jazz."
The Times

Nora deu também que falar em vários talkshows e canais noticiosos, incluindo Martha Stewart, CNN, The Daily Show, Conan O'Brien ou CBS.

Souvenirs







25 Anos

António Variações
3 de Dezembro de 1944 - 13 de Junho de 1984

Sonho de uma noite de Marchas

Assomou então à janela. De um branco reluzente, erguido nas duas patas, focinho esticado a inspirar o ar povoado de sardinha assada, olhando fixamente para a lua, todo ele era orgulho e determinação, sem esconder o sorriso pateta que lhe nascia no rosto. Cá embaixo uma multidão de súbditos dava brados de alegria pelo seu regresso, olhavam-no comovidos e entusiasmados, braços esticados na ânsia de conseguir tocar o seu salvador desejado, salvas de contentamento, palmas frenéticas e fotografias, muitas fotografias, àquele por quem tanto esperaram. Ali estava ele, cão-rei a agraciar o povo com a sua presença. D. Sebastião regressou ontem, noite de Marchas, entrada triunfal em Alfama, encoberto pelo fumo dos grelhadores imensos, para recolocar o seu País na ordem.

(a fotografia que mais pena me dá não ter tirado...)

Definições do Eu

Sou bicho do mato arraçada de labrador. Votado por maioria, para que não restem dúvidas.

Não sei quanto

Não sei quanto do que te digo é resultado ainda da sangria ou de mim mesma. Mas alguma coisa de verdade há-de haver nisto.

Enganos

O álcool, até mesmo os ocasionais cigarros, são enganadores. Não sou de madrugadas, bem sabes. No final da noite (ou será começo dela, como me dizem?), quando o cansaço aparece, a saudade retorna inesperada, apanha-me desprevenida. Vejo então o quanto gostaria que ainda estivesses aqui porque, no final da noite, só quero dar-te a mão, caminhar até casa sem pressa e adormecer no calor do teu peito, quando o meu corpo nú encaixa no teu.

Contradições

À conta de querer dar-te tudo sinto que não consegui dar-te nada.

Quero é viver

Hoje sinto-me livreeeeee! Todos devíamos fazer aquilo que queremos. E, se me tentarem convencer que não tenho nada, só lhes peço para olharem lá fora: já viram o Sol estupendo que está hoje?


Atravessar a floresta cheia de papões

"O pecado não está em desobedecer à autoridade irracional e sim em violar a felicidade humana."

O teu presente

Imagino que hoje venhas. Quererás saber o que direi desta vez, quais as palavras impossíveis que te dou hoje, dia diferente. Porém, para mim é só dia igual. Sei que hoje receberás presentes trabalhados e demorados, um coração incendiado em amor, canções com letras inspiradas nos teus olhos de vida, declarações públicas e sem disfarce que te comoverão. Talvez também algo inesperado, porque mesmo sem quereres sabes que onde passas despertas calores e arrepios, por isso admiradores desconhecidos ou apaixonados eternos que não desistem. Receberás palavras vermelhas e talvez também rosas vermelhas, que plantarás em ti para que nunca murchem. Colocarás o teu vestido mais bonito, aquele com que me apareces nos sonhos e te faz princesa, e esboçarás o teu maior sorriso e sairás borboleta, leve e alegre, voando ao seu encontro. Imagino-te feliz, namorando. Quero-te feliz.

Hoje não te dou palavras diferentes, as minhas são as de sempre - estou aqui. Mas quero dar-te algo e espero que ainda não tenhas. Não por hoje ser esse dia, não porque pretenda chegar a ti, mas porque me apetece dar-te algo. Sinal de amizade, recordação. Hoje dou-te um par de tartaruguinhas. Gostas? Chamam-se Lagar e Tixa, mas não os digas de seguida ou rapidamente para que elas não se desagradem. São de espécie diferente, muito despertas e marotas, como aquelas que vimos no Zoo e que logo nos fizeram sorrir, lembras-te? Aí as tens, são para ti. Pega-lhes com cuidado e deixa que te façam cócegas nas mãos. Feliz dia, minha querida.


Are you straight?



Isto não é um sketch humorístico



Confundir

Sorri. Deixa-os confusos.

O que dói às aves (não reparar)

Com os meus amigos aprendi que o que dói às aves
Não é o serem atingidas, mas que,
Uma vez atingidas,
O caçador não repare na sua queda.

Daniel Faria

Eu vou te bloquear no MSN (cantando)

Às vezes apetece-me gritar-to: não me vês?
Sei que estás aí, sinto a tua presença como sussurro no ouvido. E sabes que eu estou aqui, não te disse um dia que nunca te largaria a mão? Somos agora linhas paralelas que se olham à distância mas não se tocam. Pessoas conhecidas desconhecidas, restos pouco nítidos do que já foi um dia maior que nós. Não preciso que me fales, respeito-te o tempo mesmo sem concordar nele, mas gostava que estivesses, sem mantas que te escondam. Não precisas disso, não para mim que um dia te revelei. Estás aí, agora?
Às vezes apetece-me gritar-to: onde estás?

Atirar Pedras (mágoa e retrato em branco e preto)

Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas VI

O discurso de António Barreto, já disponível. E agora, dar exemplo.

Lacuna (would you erase me?)

Blessed are the forgetful, for they get the better even of their blunders.
F. Nietzsche



Se pudesses, apagar-me-ias da tua vida?

Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas V

Bicho estranho

És bicho estranho, denso e complexo. Bicho cheio de contradições, sem espécie definida, sem género onde assentar. Nem mulher nem homem, nem velha nem nova, nem grande ou pequena, branca ou preta. Não pertences a lugar nenhum, não tens tempo onde crescer, laços que te prendam, nada por que chorar. És bicho que não chega a ser animal. Vives no impulso da loucura, no grito surdo e violento do instinto, que também é sexo e poder e glória. No descontrolo do momento em que te vens e calá-lo não adianta porque já é. Furacão destrutivo que só tu vês ainda, suicída sem razões mais do que viver, sorves a vida até à última migalha esfarelada de seres e se estiveres no fundo de ti, até aí és tu. Até no pó difuso e irreconhecível que serás, também aí és, inteira. Mas não deixas de ser só bicho, sem nada de espectacular para exibir, sem garantias de futuro que semeando deixes, bicho reduzido só àquilo que é. Nada. A tua maior ambição - ser humana.

Saber

Quando partiste eu ainda não sabia. Estava demasiado perto para conseguir ver, não conseguia por isso separar o teu palpável daquilo que te faz pessoa única e inteira. Absorta na imensidão de ti, perdi-me. E agora sei.

What does it feel like to be in love?



Take this sinking boat and point it home
We've still got time
Raise your hopeful voice you have a choice
You've made it now
Falling slowly sing your melody
I'll sing along

Intocável

"Como tudo é belo e terrível no intocável do lembrar."

Vergílio Ferreira, Até ao Fim

Singular

Singularidade é isso - pensá-la e, sem que o espere, receber uma mensagem em que recorda a primeira vez que falamos no msn. Pensá-la e ela lembrar-se de mim e do começo, como quem fotografou aquele momento no tempo, porque importante.

Acredito que é sempre assim, com quem nos importa (oi, você). Tendemos a guardar aquele dia, aquela palavra (Mariza. o beijo da sua boca. não vai me abraçar?), aquela roupa, aquele cheiro, aquela canção (Inveja), aquele lugar, todos os pormenores que distinguirão para sempre aquele momento de qualquer outro momento parecido, como marco necessário na consolidação da nossa história, pessoal ou comum. É a partir daí que se contrói o resto, os códigos que só a nós pertencem, os sorrisos cúmplices, o sermos em conjunto.

Procuro alguém que seja singular, que recorde todas as nossas singularidades. Para sermos então plural uno.

Sea Constellations

Talvez tivesses tido razão logo desde o ínicio, quando disseste que não querias uma relação normal, com empecilhos entre nós, telemóveis, hi5's e msn's. Querias comigo algo que não se consegue assim, algo diferente e genuíno, que não estanque e limitado em tecnologias vazias e inúteis. Querias único. Especial.

Mas houve aquele momento em que nenhuma resistiu - coloquei a chave de casa na tua mão e, quando menos esperava, chegada dos alhos, encontrei-te sentada no sofá. Daí até ao quebrar de todas as regras foram um par de conversas, aquela quase dependência que já conhecias de antes. O resto sucedeu naturalmente, na urgência de um abraço aguardado que me devolveu ao caminho. E aquele teu dedilhado que gravei e que oiço quando preciso, ainda, de me serenar. Abraçaste-me como nunca antes me abraçaram. E eu quase me apaixonei nesse momento. Nessa noite não dormi. Um medo comum que daí brotou: não te quero perder, não agora que já estás na minha vida. Felizmente, haveria a sabedoria daquilo que é e daquilo que não é, luz que tornou claro tudo o que existia em nós.

Talvez pelo tempo que nos (te) escapa, talvez pelo meu jeito desajeitado de te abraçar ou senão mesmo por teres concluído não ser eu quem procuravas em mim, tudo me parece ultimamente normal. Já não há teatro a dividir, passeios ao entardecer, almoços inesperados e cheios, partilha. Sei que me avisaste, eu sei. Falta-te o tempo mas às vezes o meu egoísmo não compreende. Toda a amizade tem a sua quota-parte de egoísmo. Existem apenas agora visitas aceleradas, de médica obviamente, mensagens de presença mas distantes, encontros fortuitos na espera dos dias. Tudo já daquela forma que não querias. Normal.

The people I've met are the wonders of my world

Novas Aquisições (orgulhos e exibicionismos)

- "E agora algo completamente diferente", dos Monty Python, no Jumbo por 1,59€;

- "Do Mal o Menos - Oito Livros Reunidos" (A Noiva Judia, Vida de Adulto, Boa Noite, Histórias Verdadeiras, Viver Todos os Dias Cansa, , Muito,Meu Amor, Nos Teus Braços Morreríamos, Amor Portátil), de Pedro Paixão, Edições Cotovia, na Fnac por 7,50€.

O Mare e Tu (ter o mar no coração, ser Português)

Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas IV

Concordo inteiramente. Adorei ouvi-lo.

"Discurso de António Barreto no 10 de Junho é dos melhores que ouvi nos últimos anos. Afixem-no em toda a parte: escolas, repartições, tribunais, empresas."


José Manuel Fernandes, Twitter JMF1957

Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas III

Condecorações que me deixam orgulhosa (infelizmente, não conheço os outros nomes da lista):

Gentil Martins;
Francisco José Viegas;
Moita Flores;
Paulo de Carvalho;
Valadares Tavares;
Moreira Alves;
José António dos Santos;
Luís Simões.

A Portugal

Esta é a ditosa pátria minha amada. Não.

Nem minha amada, porque é só madrasta.
Nem pátria minha, porque eu não mereço
a pouca sorte de nascido nela.

Nada me prende ou liga a uma baixeza tanta
quanto esse arroto de passadas glórias.
Amigos meus mais caros tenho nela,
saudosamente nela, mas amigos são
por serem meus amigos, e mais nada.

Torpe dejecto de romano império;
babugem de invasões; salsugem porca
de esgoto atlântico; irrisória face
de lama, de cobiça, e de vileza,
de mesquinhez, de fatua ignorância;
terra de escravos, cu pró ar ouvindo
ranger no nevoeiro a nau do Encoberto;
terra de funcionários e de prostitutas,
devotos todos do milagre, castos
nas horas vagas de doença oculta;
terra de heróis a peso de ouro e sangue,
e santos com balcão de secos e molhados
no fundo da virtude; terra triste
à luz do sol calada, arrebicada, pulha,
cheia de afáveis para os estrangeiros
que deixam moedas e transportam pulgas,
oh pulgas lusitanas, pela Europa;
terra de monumentos em que o povo
assina a merda o seu anonimato;
terra-museu em que se vive ainda,
com porcos pela rua, em casas celtiberas;
terra de poetas tão sentimentais
que o cheiro de um sovaco os põe em transe;
terra de pedras esburgadas, secas
como esses sentimentos de oito séculos
de roubos e patrões, barões ou condes;
ó terra de ninguém, ninguém, ninguém:
eu te pertenço.

És cabra, és badalhoca,
és mais que cachorra pelo cio,
és peste e fome e guerra e dor de coração.
Eu te pertenço mas seres minha, não.

Jorge de Sena

Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas II

Ver todas as tropas, bonitinhas e ordenadas, a desfilar para os membros do Estado remete-me sempre para o "Dia da Raça", conceito que ficou lamentavelmente entranhado na nossa História.

Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas I

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce
Deus quis que a Terra fosse toda uma
Que o mar unisse, já não separasse
Sagrou-te e foste desvendando a espuma

E a orla branca foi
De ilha em continente
Clareou correndo até ao fim do mundo
E viu-se a terra inteira, de repente
Surgiu redonda do azul profundo

Quem te sagrou, criou-te português
Do mar e nós em ti nos deu sinal
Cumpriu-se o mar e o império se desfez
Senhor, falta cumprir-se Portugal

Fernando Pessoa

Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas

"A minha Pátria é a Língua Portuguesa."
Fernando Pessoa

Batam-me (antecipar o 12 de junho)

Dos bilhetes que te tenho deixado

What would Bukowski do? (miss maminhas)

Best of You

Poderosas

Analisam-me o perfil, olham fotografias e apontam-me as melhores opções, as que combinam comigo. Chegam à conclusão de que me atrai o poder. Lembro-te e dou-lhes razão.

Estar em casa e parecer que não*


Tens dias que sim, tens dias que não. À vezes tu, às vezes eu. Não entendo o teu critério ou o teu medo mas respeito-o. Sou folha de papel rendida ao vento que és, soprando na direcção que te apetece. Leve pena caída no teu rio de força, que me arrasta para destinos que ainda não conheço. Estou, como sempre estive, à tua mercê. Rainha e senhora, decides quando, como, onde e porquê, consciente dos limites a que devemos obedecer firmemente para bem da paz do reino. És omnipotente e eu não passo de um pobre joguete nas tuas mãos, atenta e inútil às tuas decisões. Mas, não te disse já que não entro sem que me convides? Por isso, não temas.

* a minha mãe também o faz muitas vezes, sabes? Antes, porém, havia o ladrar diferenciado do cão e o seu ir e vir entusiástico, que a denunciava.