Planos de protecção hospitalar I
Quantas histórias para não lembrar - acabou!
Quantas palavras para não concluir - nada.
Até onde, até quando?
Planos de protecção hospitalar
Sabonete
Fica ou vai mas
Estou cansada de não entender o que deveria ser na sua essência simples. Acredito, espero até, que não te queiras afastar de todo e para sempre, talvez até mesmo porque to é impossível. Talvez porque, como sucede comigo, saibas que há promessas que se cumprem na eternidade dos dias e que o pouco que nos sobra é ainda assim bastante para continuarmos em paz. Ou talvez sejam apenas esperanças vãs as minhas, inúteis de sentido, suspensas no nada de já não estarmos como antes. Mas, se assim não é, porque me procuras ainda que sem me falar? Porque te deixas ver se me não ouves? Fica ou vai mas não me enlouqueças. Fica, por favor, fica.
Mas eu gosto assim
(Des)Motivação
Conversas de Surdos (só a mim é que acontece destas coisas)
- E a menina, conhece o plano que Deus tem para si?
Eu e Crocodilos
On being eaten by a snake
Knowing they are not poisonous
I kneel on the path to watch it
between poppies, by a crown of nasturtiums,
the grey-stripe body almost half as long
as my own body, the formless black head
rearing, swaying, the wide black lips seeming
to smile at me. And I see
that the head is not a head,
the slit I have seen as mouth
is not a mouth, the frilled black under-lips
not lips, but another creature dying: I see
how the snake’s own head is narrow and delicate,
how it slides its mouth up and then back
with love, stretched to thin shapelessness
as if with love, the sun stroking
the slug’s wet skin as it hangs
in the light, resting, so that even the victim
must surely feel pleasure, the dark ripple
of neck that is no neck lovely
as the slug is sucked backwards
to the belly that is not belly, the head
that is merely head
shrinking to nameable proportions.
Susan Wicks
Saborear o teu nome
(não, não te assustes. são só tiradas poéticas e românticas, não são declarações. não confundas. mas sim, hoje far-te-ia suaves carinhos no cabelo, como faço por amizade à Lena, que ela tanto adora. apetece-me. hoje chamo o teu nome, não para que se torne real, mas na esperança de que me oiças e compreendas. fala-me. continuo aqui.)
Change
Di Lampedusa
Bom Cinema
Serviço Público
Documentário "Fantasmas de Abu Ghraib", 0h.
Ambos na RTP2.
Arraial Pride (orgulho)
Posso te conhecer?
Ninguém pede permissão para conhecer ninguém e conhecer não é o simples anotar do nome e do contacto. Trata-se da frase de engate mais ridícula de sempre. Pessoalmente, detesto - cheira-me sempre a bimbos.
James na terra de Oz (arraial pride)
Arraial Pride (notas e resumos)
- As caipiblacks aqui chamam-se caipiroskas pretas - falta de criatividade;
- Dei um número de telemóvel errado;
- Dei o número de telemóvel certo, segura de que moramos longe suficiente para se dar a possibilidade de algum encontro;
- Fui beijada no rosto por um travesti que enganaria muito bem o Ronaldo;
- A música, os queer games, o local, a sangria barata, e o ambiente estavam muito bons;
- Gostei de ver e ouvir o Sr Presidente António Costa inaugurar a festa.
Para Memória Futura
Things you can tell just by looking at her
Precisa-se
Matar o tempo
Hannah Montana
(Em contrapartida, esqueci-me de comprar óleo. Grrr.)
Impotência
Quase como a igualdade no casamento que defendo também - não preciso necessariamente de te falar ou que me fales por cortesia mas quero ter essa possibilidade em aberto, como direito inalienável e que não deveria ser por isso necessário reclamar. A possibilidade de escolher.
Escolheste afastar-te, por mim e por ti. A mim, não me deixaste escolha senão a de o lamentar.
Não quero abrir os olhos para não ter que não te encontrar
De tudo nada ficou como prova: nem uma linha com a tua caligrafia, nem uma fotografia em que estivéssemos os dois, nem um dos teus lenços preferidos. Por vezes julgo, enlouquecida, que nem sequer exististe. Fecho os olhos e faço por fixar uma só imagem na memória, um só movimento curto dos braços, um sorriso na tua cara, uma única palavra, boa ou má, e não consigo. A imagem escorrega, desfaz-se no centro ou nos cantos. Quanto mais tento, mais me escapa. Volto atrás e recomeço. O que me vem não é o mesmo. Não quero abrir os olhos para não ter que não te encontrar.
(...)
Onde estiveres não penses em mim. Deixa-me de todas as maneiras, as mais subtis. Tem muito cuidado com os cigarros, sobretudo não adormeças a fumar. Sinto uma paz grande que me vem pouco a pouco agarrar. Estou cansada. Vou dormir e quando acordar tu já não existirás em sítio algum dentro de mim. Juro."
Tô nem aí
Aceitei os meus erros, me reinventei e virei a página
Agora eu tô em outra..
Luka
(lembra-te disto, Marisa!)
Caminhar entre Papoilas
Quando olho nos teus olhos só consigo sorrir - pareces-me tão pequenina - e, porém, dás-me a mim segurança e conselhos, como mãe dedicada que se preocupa e como futura médica que já não consegue sair desse papel porque o vive. Por isso o que recordo não é os perigos do Sol de que me advertiste, lamento, o que recordo é o teu riso enquanto te contava do meu sonho das 4 bolas de pão que custavam 47 euros. Obrigada por caminhares comigo hoje, como me apetecia e como precisava. Como no verso: caminha a meu lado e sê apenas minha amiga.
Oi, você não me conhece mas
Why can't we be friends?
Queria contar-te de Londres e dos cruzeiros, ouvir o teu riso quando me chamas cabeção ou mané. Partilhar músicas novas e sugerir-te filmes inesquecíveis. Falar-te do trabalho, dos medos e sonhos, ouvir a tua opinião e sentir-me de novo em casa quando encontro o teu olhar. E saber de ti, sem reservas, sem julgamentos, nem intromissões. Ouvir-te e sermos de novo nós, quando ainda não havia mágoa a torvar a nossa vista. Deixa-me falar-te. Fala-me também. Quero a amizade que nos prometemos. Só gostava que entendesses, finalmente.
Kiss me
O amor é lindo II (e sensato)
- 15.
- Então esquece lá isso.
Inevitabilidade (alucinações)
Loving Annabelle (trilha sonora)
E assim, para ajudar os alguns que aqui chegam, aí vos fica a trilha sonora do filme:
All Over Me, Lindsey Harper;
Gravity, Sara Bareilles;
Awake Again, Jake Newton;
Broken, Thomas Barquee;
Six Feet Down, Salon K;
Fire Flies, Amy Cook;
Lonely Child, Taryn Manning;
Podem visualizar algumas das músicas aqui.
Tromboses
Continue a viver, não isso de sobreviver, mas viver mesmo. Não sabe a que horas vem o ladrão ou sequer quem ele é, por isso não viva sufocado/a nesse pensamento. Quando acordar pela manhã, sorria pois é logo nesse momento que se decide como vai ser o dia. Não deixe nunca de sorrir, basta isso. E se não tiver medo de ousar ser mais, ria dos próprios defeitos e das bobagens dos outros, vá mais ao cinema, namore e ame mais, não se arrependa, cante no chuveiro, passeie no parque ou ao longo da praia deixando que o mar toque suavemente os seus pés. Brinque, lanche mais vezes com os seus amigos, diga mais vezes "te amo", olhe com mais atenção o que está à sua volta, perdoe e não se preocupe tanto. Se estiver mesmo convencido/a da situação, faça então uma bucket list.
E digo-lhe isto não por causa da trombose venosa mas porque está vivo/a e isso deveria ser, sempre e para todos, uma celebração. É tão óbvio que nunca nos lembramos convenientemente, não é? Sabe, a minha mãe não teve apenas uma mas várias tromboses venosas, e não superficiais mas profundas, antes numa perna, depois nas duas e em vários locais, e recentemente já num braço. Pior do que isso, um dia um coágulo soltou-se e ocorreu uma embolia pulmonar (desculpe se a/o estou a assustar ou a fugir à mensagem positiva). Às vezes o medo invade-me, sinto-o enquanto escrevo estas palavras, você deve imaginar.
Mas sabe o que mais aprendo com ela e mais me orgulha nela? Não se vai abaixo nunca, não deixa de sorrir, não deixa de fazer o que fazia antes (ralha-me até por vezes quando ajudo, com o argumento de que não é nenhuma inválida). Deveria respeitar mais as precauções recomendadas mas ainda insiste nos saltos altos, no caminhar desnecessário, na insensatez de abusar dos comportamentos. Sempre foi assim, é a maneira dela! Brincamos sempre com a experiência dela com hospitais, quando se arma em médica fazendo diagnósticos antecipados, ou quando conta da sua história a alguém e refere, rindo, que é uma espécie rara (é verdade). Orgulha-me porque vive e porque naquelas veias há mais do que apenas sangue a correr. Viva também.
Um beijo e um abraço sincero,
Marisa
I will survive (but you're still welcome)
I've got all my life to live
I've got all my love to give
and I'll survive
I will survive
Selfish Love (nova obsessão)
The way you walk
The way you do
The way you breath
The way you play
The way you feel
The way you touch
The way you enter to my mind
The way you smile
The way you talk
The way you kiss
The way you love
The way you look
The way you walk
The way you enter to my mind
O teu vestido preto
Deveria ter deixado marca em ti, se fosse capaz. Tudo me parece insuficiente. Deveria ter usado o meu perfume para que sempre me recordasses o cheiro, deixar-te uma cicatriz profunda para que sempre te lembrasses de mim, susurrar-te ao ouvido mandamentos de eternidade enquanto dormias para que nunca me esquecesses, obrigar-te a saber que "para sempre" não deve ser mera expressão solta mas verdade viva. Deveria ter-te arrancado o coração para garantir que ele seria só meu. Nada disso fiz e por isso dizem que foi em vão porque hoje lembras a custo o meu nome. Talvez nem isso.
Sinais do Verão
The Hangover (don't ask)
E descobri que na música "I will survive", essa é realmente a única parte da letra que eu conheço.
Don't ask.
Kiss and Tell
Nada é em vão
Bem-aventurados aqueles que acreditam pois um dia tocarão o céu.
Coexistir I
Coexistir
A carta que poderia ser
Mas não vás. A sério. Tanta gente partiu já quando a tinha por certo. É isso que dói mais, partem quando já estão. Porque quando ainda não estão a gente resolve, é triste e tal mas a gente resolve, mais copo menos copo, mais cigarro menos cigarro, dependências que se curam com outras dependências como dores que saram com dores maiores. Mas quando já estão...aí morro também. Por isso, não vás. Pois, eu sei, sei isso tudo que me dizes sem mo dizer. Mas a culpa não é tua, nunca foi. Eu avisei-te, avisaram-te desde o início, mas sempre foste o tipo de mulher inteligente o suficiente para querer tirar as suas próprias conclusões. A culpa não é tua, sou eu. Todos acham que me conhecem, sabes? Ninguém me conhece (conhecer-me-ei eu?) mas tu foste a única que chegou mais perto, certamente terás noção porque nunca olhei para mais ninguém como um dia olhei para ti. Mas dizia-te eu que o problema reside em mim, vamos simplificar as coisas, a verdade é mesmo essa. A questão é que não estou habituado a isto - nunca ninguém se aninhou assim no meu peito, nunca quis cheirar o cabelo de nenhuma mulher do modo como cheiro o teu. Foi aí que começou a coisa. Dizem (dizes tu, também) que sou um homem complicado, que ainda anda meio perdido, que às vezes tenho medo. És bem capaz de ter razão.
Não sei se já te disse mas tenho medo de não ser o homem que queres, ou melhor, aquele de que precisas. Contas às tuas amigas que eu sou inconstante (oiço sempre quando o meu nome toca a tua língua), que posso estar numa relação desde que mo não digam: vês, estás numa relação. Mas para quê complicar o simples? Para quê chamar e definir? Definir é limitar, definir é prender em palavras e atitudes e obrigações, definir é coisa de deus e eu sou só isto. Sim, voltas agora com a história de que não sou "só", de que não "isto", fazes-me maior, mas é a verdade meu amor, não vês que é verdade? Para quê chamar beijo ao que de mim se desfaz em ti quando entro na tua boca e provo do teu gosto? É isto e é bom, não compliques.
E não sei que nome dar ao tanto que sinto de ti, por ti e contigo, mas que importa? Vou mostrar-te e tiras então as tuas conclusões. Por isso não vás.
Música do Dia
De animal feroz a português suave II
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?
E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio – e agora?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?
Carlos Drummond de Andrade
De animal feroz a português suave I
Foi desta vez um Sócrates em sotto voce que surgiu na pantalha. Quase irreconhecível na forma, mas imutável no conteúdo: vive num país que só ele vê."
Não interrompe a entrevistadora, não se sobrepõe ao que ela está a dizer, não se irrita por achar que não consegue concluir tudo o que quer quando quer, não lança mímicas de reprovação, não eleva o tom da voz, não quebra o verniz, não sai da postura cordata, não descola de uma aparente humildade. A imitação é boa, mas está longe de ser perfeita: fala quase em surdina.
Não é fácil imitar uma pose arrogante."
Never more
Até ao Fim (notas)
"Tenho asco ao porquê. É a fórmula dos desocupados, dos tinhosos, dos raquíticos. Que adianta o porquê? A razão escolhe-se para ser razão. Antes de ela ser escolhida já se foi o que se tinha de ser."
"Ser Homem é ser todo. Tão simples."
"Porque não há grandeza se alguém a não reconhece e foi por isso que Deus teve de criar a humanidade."
"A gente só procura o que sabe mas não sabe que sabe, porque todo o saber é mortal. O saber é um vício que quanto mais, tanto mais."
"A harmonia é levantar a horas e tirar um curso e chatear-me de toda a maneira e morrer depois como um honrado pai de família."
"A vida é só ela a ser, sem argumentação. Há mais verdade numa couve do que em toda a filosofia. Há mais grandeza nela do que em todas as razões da grandeza."
"Explicar-te que para lá de tudo estava a vida e isso é que era tudo. Que é que tinhas que querer outra coisa acima dela? Justificá-la é pôr outra coisa acima e tudo é abaixo."
"Não há morte, não há morte. Não há deuses. Não há humilhação. Nem sonhos de megalomania. Nem correntes a rasto de tudo o que já foi. Sou novo, vou nascer da espuma das ondas. Sou eu."
De animal feroz a português suave
O resto foi a conversa de sempre, esperada - a responsabilização da crise como justificação para tudo, o eleitorado que não percebe a coragem das reformas efectuadas e o sacrifício inerente. Sócrates está muito satisfeito consigo mesmo. Ainda que poucos estejam satisfeitos com ele.
Às Escuras
Às Escuras
Promiscuídades
Dizer-te tudo
Caminho das Índias (aquelas covinhas)
Eu quero sempre mais I
(amar-te) Até ao Fim
(Vergílio Ferreira escreveu-os aos dois. Porventura também consciente e aprendiz, primeiro escreveu "Para Sempre" e só depois "Até ao Fim".)
Basta o amor
(ER - temporada 10, episódio 18)
Sentada nesta sala escura, sozinha e apenas com o ruído do vento lá fora, baixo a cabeça em desprezo por tamanha crueldade, mãos a esconder o rosto, e penso "isto não deveria ser assim. não pode, não pode". Deveria bastar o amor. Só isso. Por isso não me venham com merdas de argumentos, e de que é diferente, e de que as crianças na escola isto e aquilo. Não compactuemos mais com a injustiça. Basta o amor.
Obviamente, demito-o
Ahhhh, assim ficamos todos muito mais descansados!
(Não gosto de Vitor Constâncio. Já o teria demitido há muitoooo tempo.)
Exercício precisa-se
Foi giro, foi giro.
Unexpected
surrupiado de amanhã não vais ter tanto encanto
Voltas (soldi)
Razões
Emily: All right. I'll come to New York and we'll try and make this work.
Ross: Oh that is so great! That's....
Emily: (interrupting him) As long as you don't see Rachel anymore.
*(Emily/Ross/Rachel)
Opus Dei
Entre as muitas curiosas afirmações de José Rafael Espírito Santo (Opus Dei) destaco esta. Mas ide ler as outras, vale a pena.
Catcerto (sinais dos tempos)
"something halfway between Philip Glass and free jazz."
The Times
Sonho de uma noite de Marchas
(a fotografia que mais pena me dá não ter tirado...)
Definições do Eu
Não sei quanto
Enganos
Quero é viver
Atravessar a floresta cheia de papões
O teu presente
Hoje não te dou palavras diferentes, as minhas são as de sempre - estou aqui. Mas quero dar-te algo e espero que ainda não tenhas. Não por hoje ser esse dia, não porque pretenda chegar a ti, mas porque me apetece dar-te algo. Sinal de amizade, recordação. Hoje dou-te um par de tartaruguinhas. Gostas? Chamam-se Lagar e Tixa, mas não os digas de seguida ou rapidamente para que elas não se desagradem. São de espécie diferente, muito despertas e marotas, como aquelas que vimos no Zoo e que logo nos fizeram sorrir, lembras-te? Aí as tens, são para ti. Pega-lhes com cuidado e deixa que te façam cócegas nas mãos. Feliz dia, minha querida.
O que dói às aves (não reparar)
Não é o serem atingidas, mas que,
Uma vez atingidas,
O caçador não repare na sua queda.
Daniel Faria
Eu vou te bloquear no MSN (cantando)
Sei que estás aí, sinto a tua presença como sussurro no ouvido. E sabes que eu estou aqui, não te disse um dia que nunca te largaria a mão? Somos agora linhas paralelas que se olham à distância mas não se tocam. Pessoas conhecidas desconhecidas, restos pouco nítidos do que já foi um dia maior que nós. Não preciso que me fales, respeito-te o tempo mesmo sem concordar nele, mas gostava que estivesses, sem mantas que te escondam. Não precisas disso, não para mim que um dia te revelei. Estás aí, agora?
Às vezes apetece-me gritar-to: onde estás?
Lacuna (would you erase me?)
Bicho estranho
Saber
What does it feel like to be in love?
Take this sinking boat and point it home
We've still got time
Raise your hopeful voice you have a choice
You've made it now
Falling slowly sing your melody
I'll sing along
Singular
Acredito que é sempre assim, com quem nos importa (oi, você). Tendemos a guardar aquele dia, aquela palavra (Mariza. o beijo da sua boca. não vai me abraçar?), aquela roupa, aquele cheiro, aquela canção (Inveja), aquele lugar, todos os pormenores que distinguirão para sempre aquele momento de qualquer outro momento parecido, como marco necessário na consolidação da nossa história, pessoal ou comum. É a partir daí que se contrói o resto, os códigos que só a nós pertencem, os sorrisos cúmplices, o sermos em conjunto.
Procuro alguém que seja singular, que recorde todas as nossas singularidades. Para sermos então plural uno.
Sea Constellations
Mas houve aquele momento em que nenhuma resistiu - coloquei a chave de casa na tua mão e, quando menos esperava, chegada dos alhos, encontrei-te sentada no sofá. Daí até ao quebrar de todas as regras foram um par de conversas, aquela quase dependência que já conhecias de antes. O resto sucedeu naturalmente, na urgência de um abraço aguardado que me devolveu ao caminho. E aquele teu dedilhado que gravei e que oiço quando preciso, ainda, de me serenar. Abraçaste-me como nunca antes me abraçaram. E eu quase me apaixonei nesse momento. Nessa noite não dormi. Um medo comum que daí brotou: não te quero perder, não agora que já estás na minha vida. Felizmente, haveria a sabedoria daquilo que é e daquilo que não é, luz que tornou claro tudo o que existia em nós.
Talvez pelo tempo que nos (te) escapa, talvez pelo meu jeito desajeitado de te abraçar ou senão mesmo por teres concluído não ser eu quem procuravas em mim, tudo me parece ultimamente normal. Já não há teatro a dividir, passeios ao entardecer, almoços inesperados e cheios, partilha. Sei que me avisaste, eu sei. Falta-te o tempo mas às vezes o meu egoísmo não compreende. Toda a amizade tem a sua quota-parte de egoísmo. Existem apenas agora visitas aceleradas, de médica obviamente, mensagens de presença mas distantes, encontros fortuitos na espera dos dias. Tudo já daquela forma que não querias. Normal.
Novas Aquisições (orgulhos e exibicionismos)
- "Do Mal o Menos - Oito Livros Reunidos" (A Noiva Judia, Vida de Adulto, Boa Noite, Histórias Verdadeiras, Viver Todos os Dias Cansa, , Muito,Meu Amor, Nos Teus Braços Morreríamos, Amor Portátil), de Pedro Paixão, Edições Cotovia, na Fnac por 7,50€.
Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas IV
"Discurso de António Barreto no 10 de Junho é dos melhores que ouvi nos últimos anos. Afixem-no em toda a parte: escolas, repartições, tribunais, empresas."
Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas III
Gentil Martins;
Francisco José Viegas;
Moita Flores;
Paulo de Carvalho;
Valadares Tavares;
Moreira Alves;
José António dos Santos;
Luís Simões.
A Portugal
Nem minha amada, porque é só madrasta.
Nem pátria minha, porque eu não mereço
a pouca sorte de nascido nela.
Nada me prende ou liga a uma baixeza tanta
quanto esse arroto de passadas glórias.
Amigos meus mais caros tenho nela,
saudosamente nela, mas amigos são
por serem meus amigos, e mais nada.
Torpe dejecto de romano império;
babugem de invasões; salsugem porca
de esgoto atlântico; irrisória face
de lama, de cobiça, e de vileza,
de mesquinhez, de fatua ignorância;
terra de escravos, cu pró ar ouvindo
ranger no nevoeiro a nau do Encoberto;
terra de funcionários e de prostitutas,
devotos todos do milagre, castos
nas horas vagas de doença oculta;
terra de heróis a peso de ouro e sangue,
e santos com balcão de secos e molhados
no fundo da virtude; terra triste
à luz do sol calada, arrebicada, pulha,
cheia de afáveis para os estrangeiros
que deixam moedas e transportam pulgas,
oh pulgas lusitanas, pela Europa;
terra de monumentos em que o povo
assina a merda o seu anonimato;
terra-museu em que se vive ainda,
com porcos pela rua, em casas celtiberas;
terra de poetas tão sentimentais
que o cheiro de um sovaco os põe em transe;
terra de pedras esburgadas, secas
como esses sentimentos de oito séculos
de roubos e patrões, barões ou condes;
ó terra de ninguém, ninguém, ninguém:
eu te pertenço.
És cabra, és badalhoca,
és mais que cachorra pelo cio,
és peste e fome e guerra e dor de coração.
Eu te pertenço mas seres minha, não.
Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas II
Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas I
Deus quis que a Terra fosse toda uma
Que o mar unisse, já não separasse
Sagrou-te e foste desvendando a espuma
E a orla branca foi
De ilha em continente
Clareou correndo até ao fim do mundo
E viu-se a terra inteira, de repente
Surgiu redonda do azul profundo
Quem te sagrou, criou-te português
Do mar e nós em ti nos deu sinal
Cumpriu-se o mar e o império se desfez
Senhor, falta cumprir-se Portugal
Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas
Poderosas
Estar em casa e parecer que não*
* a minha mãe também o faz muitas vezes, sabes? Antes, porém, havia o ladrar diferenciado do cão e o seu ir e vir entusiástico, que a denunciava.